VIENA - O chefe da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) acha que é necessário aumentar a segurança nuclear do Paquistão e dos países onde houver atividade atômica, disse um assessor na quinta-feira.
O Paquistão rebateu na quarta-feira declarações do chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, de que seu arsenal nuclear possa cair nas mãos de militantes islâmicos. O país chamou as afirmações de irresponsáveis.
Numa declaração, a porta-voz da AIEA, Melissa Fleming, disse que a missão central da agência é monitorar de perto situações que possam pôr em risco a segurança nuclear.
"A manifestação de preocupação do doutor ElBaradei sobre as possíveis ramificações da violência política e de extremismo no Oriente Médio e com a segurança nuclear no Paquistão tem a intenção de chamar a atenção para a necessidade de reforçar a segurança nuclear e medidas de segurança não apenas no Paquistão, mas também em todos os locais do mundo onde existem materiais ou instalações nucleares", disse ela.
As declarações de ElBaradei, numa entrevista ao jornal Al-Hayat, refletiram o temor de especialistas e políticos norte-americanos sobre a violência militante e a turbulência política que abalam o governo do presidente Pervez Musharraf.
O Paquistão é um aliado essencial na campanha norte-americana contra o terrorismo. Mas a instabilidade vem crescendo no país, especialmente depois do assassinato da líder da oposição Benazir Bhutto, no mês passado.
"Temo que o caos... ou um regime extremista possam criar raízes naquele país, que possui de 30 a 40 ogivas", disse ElBaradei na entrevista. Segundo outras estimativas o país possui até 60 ogivas.
Autoridades militares e da Defesa dos EUA afirmam que as armas estão seguras sob o controle do governo paquistanês.
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Estadão Online, 10/01/2008)