O crescimento da demanda global por alimentos, as mudanças climáticas e o uso de grãos para a produção de biocombustíveis farão o Brasil, em até 10 anos, assumir a liderança mundial na exportação de etanol e soja, segundo previsões divulgadas ontem pelo Ministério da Agricultura.
Nos dois casos, o Brasil vai superar os Estados Unidos no "ranking" do comércio internacional destes produtos. As projeções indicam que a venda de etanol subirá 220,9% até 2016/17, a de soja, 40% e a de milho, 60,6%. Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o Brasil dará este salto sem substituir áreas de plantio de alimento por culturas para fabricação de etanol e sem aumentar o desmatamento da Amazônia.
A projeção levou em conta os últimos sete anos de produção e consumo no Brasil e no mundo, além de projeções internacionais para o setor.
Além de assumir a liderança na produção, o Brasil deverá chegar ao topo do ranking de exportadores, vendendo 50,5 milhões de toneladas de soja em 2016/17, o dobro do volume atual. O maior destaque, contudo, será para o etanol. Atualmente, o país fabrica 17,6 bilhões de litros e exporta 3,051 bilhões. Em 10 anos, a produção deverá ser de 41,629 bilhões de litros, com exportações de 11,292 bilhões de litros.
(Zero Hora, 10/01/2008)