"As mais de 500 famílias envolvidas indiretamente no projeto Álcool Verde, somando as 250 que recebem este mês a última parcela do minguado Seguro Desemprego, estão praticamente passando fome. Este é o reflexo da exagerada burocracia de órgãos competentes, incluindo o Ministério Público, na liberação da documentação para desobstruir o funcionamento da Usina Álcool Verde, instalada entre os municípios de Capixaba e Senador Guiomard, no Acre, às margens da Br-364." O desabafo é do deputado estadual pelo (PSB), Walter Prado.
Segundo o parlamentar, tudo que o poder público deveria fazer para ajudar está fazendo para atrapalhar.
A Usina que começou a ser instalada em 2005, tinha uma previsão de investimento em torno de R$ 20 milhões para este ano e foi paralisada em agosto do ano passado. Segundo o deputado, o Imac e Ministério Público começaram a colocar empecilhos sob alegação de problemas ambientais e o projeto Álcool Verde teve suas atividades interrompidas "e com isso cerca de 250 famílias que já estavam trabalhando foram dispensadas".
"Acho que isso foi, de certa maneira, um desserviço destes órgãos públicos para o próprio Estado. Porque vejam bem: se estas tais licenças deveriam ter sido questionadas no começo, assim os empresários teriam ganhado tempo para correr atrás e na hora em que tudo ficasse pronto para a moagem da cana não existiria mais problema. Com o fechamento o que está havendo de momento é uma certa intimidação para os empresários e por que não dizer destas famílias, já que hoje algumas delas estão passando necessidades,"' revela Prado.
Terras improdutivas
O deputado Walter Prado afirma que o questionamento de desmatamento não é verdadeiro, porque as áreas onde estão os plantios da cana foram desmatadas há mais de 30 anos e que hoje o mato nelas existente não serve nem para alimentar animais, portanto, cai por terra, esta tese de desmatamento.
"O que está existindo é algo muito estranho. Alguém se move para ajudar a desemperrar estas licença? Indaga Prado ao acrescentar que ninguém vê que o fechamento da usina gera um grade prejuízo em termos de arrecadação de imposto para o Acre.
O deputado aproveitou para elogiar o empresário Eduardo Farias principal acionista do projeto Álcool Verde. Disse que o grupo atua há 30 anos no setor sucroalcooleiro e se destaca pela sua filosofia de gestão profissionalizada, que trabalha por uma agroindústria canavieira sustentável. Além disso, destaca Prado, "o grupo Farias busca incessantemente pelo aprimoramento tecnológico, humano, econômico e ambiental do setor, por isso tem unidades nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Goiás, São Paulo e com nossos projetos para 42 usinas em manto Grosso e 32 em Minas Gerais e por que apenas no Acre não pode funcionar?", questiona.
Para finalizar o deputado Walter Prado diz que na hora que o governador Binho Marques que faz um bom governo, conseguir centrar mais atenção para a questão da Álcool Verde, certamente o direcionamento será outro e que estas famílias, hoje desempregadas, voltarão a sonhar. "O que acontece é algo inconcebível para um Estado que precisa crescer no campo econômico, gerando mais emprego e renda para seu povo, ter um investimento inviabilizado por puro capricho", afirma.
(Por Raimundo Fernandes, O Rio Branco, 09/01/2008)