Na tentativa de minimizar o impacto ambiental das obras do conduto forçado Álvaro Chaves, o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) de Porto Alegre implantou um método não-destrutivo em dois trechos, que totalizam 89 metros. Com esta técnica de construção, os operários evitaram o corte de um grande número de árvores. Além disso, não foi preciso fazer grandes escavações e nem a destruição de vias, que geram mais transtornos no trânsito.
Este sistema é considerado o procedimento mais seguro em escavações muito profundas e com solos de pouco suporte. Com isso, o serviço é feito no subterrâneo - em uma profundidade média de seis metros - com picareta e um rompedor (equipamento parecido com picareta elétrica).
Segundo o fiscal da obra, Leonel Dranoff, engenheiro do DEP, o método não-destrutivo é mais demorado - devido ao fato de a escavação ser manual - e também mais caro do que o normal. "Não sei ao certo o quanto a mais custa, mas compensa em outros pontos, como a preservação do meio ambiente", explicou.
Um dos trechos da obra, realizado com esta técnica e que fica dentro do parque Moinhos de Vento (Parcão), foi visitado ontem (09) pelo prefeito José Fogaça. Ele ressaltou a "alta consciência" ambiental do DEP na construção do conduto, que tem como objetivo evitar alagamentos em diversos bairros da Capital. "É uma parceria do DEP com a Secretaria do Meio Ambiente (Smam). Estamos realizando o serviço com o corte de apenas 30 árvores, enquanto a licença permitia a derrubada de mil, ou seja, só 3% do total autorizado", informou.
Fogaça comentou também o andamento das obras. "Estamos entrando no terceiro ano de serviço. São 15 quilômetros de construção. Pode ser considerada a maior obra de macrodrenagem da história de Porto Alegre. Por isso, acho que o prazo é razoável". O prefeito garantiu ainda que o período de testes do conduto deve começar em março de 2008.
(JC-RS, 10/01/2008)