A conclusão de obras da Petrobras, como o terminal de regaseificação em Pecém (CE) e o gasoduto Vitória-Cabiúnas (ES), que fará a ligação com a malha sudeste, poderá auxiliar a evitar o desabastecimento de energia devido à escassez de chuvas.
A sugestão foi feita nesta quarta-feira (09/01) pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, em carta enviada ao ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner. Em nota técnica que acompanha a carta, ele enfatizou a importância da energia elétrica para os grandes investimentos previstos para o estado neste ano.
"Se houver falta de gás natural, as indústrias serão penalizadas", disse Vieira, em referência à possibilidade de repetição do que ocorreu em outubro do ano passado, devido à utilização intensiva do combustível nas usinas térmicas.
A paralisação por apenas um dia, destacou, resulta em prejuízo de R$ 19,6 milhões para o estado, onde o gás natural participa com 25% do consumo industrial. Uma crise de energia reduziria em cerca de 4,5% o Produto Interno Bruto industrial fluminense e atingiria especialmente as indústrias de vidros, siderúrgica e química.
Gouvêa Vieira alertou para a necessidade de colaboração, por parte da população: "Não pode essa conta cair sobre um setor apenas, ou sobre um estado. O problema do gás natural afeta toda a produção elétrica, o uso veicular, a energia para as indústrias – enfim, é um problema estrutural do país, que certamente será ultrapassado quando as usinas hidrelétricas novas entrarem em funcionamento. Mas até lá nós vamos, talvez, ter um problema.”
Na avaliação do presidente da Firjan, uma crise no abastecimento de gás poderá ter impacto negativo sobre a decisão dos investidores. Relatório elaborado pela federação prevê que o estado deverá receber, em três anos, investimentos que somam R$ 107,3 bilhões e proporcionarão a geração de 310 mil empregos.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 09/01/2008)