A febre amarela pode ser transmitida por dois vetores, o Aedes aegypti e o Aedes haemagogus. Nas regiões urbanas, a doença, que tem preocupado as populações de Goiás e do Distrito Federal, é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue. O haemagogus é um inseto que mantém o ciclo do vírus apenas nas regiões silvestres do país.
O professor Paulo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), explicou, em entrevista à Agência Brasil, que nas florestas brasileiras os macacos são contaminados pelo haemagogus e a que transmissão do vírus para humanos é mediada pelo Aedes aegypti, podendo levar a um surto urbano.
“As pessoas não precisam ter medo do ciclo silvestre, que é muito difícil de erradicar. Implicaria uma destruição ambiental colossal. O que importa é controlar a reprodução desse ciclo em humanos”, disse o professor.
Zanotto alertou que o combate à febre amarela segue os procedimentos do combate à dengue - a única diferença é a vacina, que não existe contra a dengue. “Então, o que deve ser feito é o combate aos vetores, para diminuir a proliferação do Aedes aegypti em locais urbanos.”
O professor destacou também a importância da vacinação contra a febre amarela. Ele disse que as pessoas precisam se prevenir “voluntariamente”, principalmente nos locais que estão sendo registrados casos de suspeita da doença.
A vacina contra a febre amarela já foi incluída no calendário vacinal do Ministério da Saúde, em todo o país. A partir dos seis meses de idade, as crianças já podem ser imunizadas. A vacina, que leva dez dias para fazer efeito no corpo humano, tem validade por dez anos.
(Por Deborah Souza, Agência Brasil, 09/01/2008)