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2008-01-10
LAS VEGAS - O futuro do automóvel é eletrônico e ecológico, com o uso de combustíveis alternativos e alta tecnologia para proteger tanto as pessoas como o meio ambiente, segundo o diretor do maior grupo automotivo mundial.

A previsão do diretor executivo da General Motors (GM) Rick Wagoner ocorreu em uma inédita apresentação no Consumer Electronics Show (CES) em Las Vegas durante a semana.

Ele coroou a apresentação mostrando um protótipo do Cadillac Provoq sedan alimentado por hidrogênio e eletricidade de uma bateria com íons de lítio.

Wagoner prometeu que para 2012 a metade da produção da GM será centrada em veículos impulsionados por "Flexfuel", alternativas ecológicas aos combustíveis com base no petróleo.

"O futuro dos automóveis é brilhante e cada vez mais eletrônico", disse Wagoner no primeiro discurso feito por um executivo de uma companhia automotora no CES.

"Todos os fatores apontam para uma convergência do setor automotivo e das indústrias eletrônicas que, literalmente, está transformando o automóvel", completou.

Uma das principais metas na mira é que os automóveis comuniquem-se entre si, segundo Wagoner.

Os carros poderiam assim receber sinais de outros veículos e utilizar controles computarizados para adotar ações como desacelerar para evitar uma colisão.

"Um dos próximos grandes passos é conectar os automóveis eletronicamente para evitar que se conectem fisicamente", explicou Wagoner. "Estamos trabalhando nesse caminho tecnológico". E a partir de 2008, GM melhorará seu sistema de detecção de obstáculos e de eliminação dos ângulos mortos, graças à projeção de uma imagem sobre o retrovisor.

Os novos carros já contêm mais eletrônica que aço, assegurou um engenheiro da empresa.

Mapas, navegação por satélite, comunicações sem fio e dispositivos com detecção espacial podem ser integrados para construir um "auto robô" suficientemente inteligente para conduzir sozinho, observou.

Um Chevrolet Tahoe transformado em um veículo que dirige sozinho ganhou um desafio do Departamento de Defesa americano, manobrando em meio ao tráfego de uma cidade.

"A condução autônoma significa que algum dia você poderia revisar seu e-mail, tomar café-da-manhã, maquiar-se e ver um vídeo enquanto se dirige para o trabalho", explicou Wagoner.

"Em outras palavras, poderia fazer todas as coisas que faz atualmente enquanto viaja, mas fazê-las de um modo seguro", disse.

O sistema OnStar da GM nos automóveis já ajuda automaticamente em caso de acidentes e detecta veículos roubados.

O sistema será atualizado em breve para incluir a possibilidade de forçar, por controle remoto, a desaceleração dos carros roubados ou detê-los quando são vistos pela polícia, anunciou a GM.

Outras melhoras que planeja o OnStar é enviar e-mails de computadores até os carros ou utilizar telefones móveis para bloquear portas, indicou um engenheiro da GM.

As inovações eletrônicas são vitais para romper com a dependência do petróleo da indústria automotivo, que deteriora o clima e as reservas naturais, disse Wagoner.

"A indústria automotiva já não pode confiar exclusivamente no petróleo", completou. "Este é um tema global".

Aproximadamente 270 milhões de automóveis e caminhões foram vendidos em 2007 em todo o mundo e os analistas esperam que a cifra triplique nos próximos anos devido à demanda da China e de outras economias da Ásia.

A GM anunciará logo a produção de um carro elétrico, garantiu Wagoner.

(G1, 09/01/2008)


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