O governo boliviano confirmou que não poderá fornecer este ano toda a quantidade de gás prometida à Argentina, e avisou que só poderá cumprir os compromissos assumidos com este país a partir de 2010.
O ministro boliviano dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, admitiu em entrevista ao jornal "El Deber" que a Bolívia não poderá fornecer em 2008 os 7,7 MMCD (milhões de metros cúbicos por dia) de gás estipulados em um acordo binacional, e disse que seu país fornecerá apenas entre 2,7 e 4,6 MMCD este ano.
Villegas também declarou que o fornecimento desta quantidade de gás à Argentina também depende de uma negociação com seu maior comprador, o Brasil. Assim, uma reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Cristina Kirchner e Evo Morales será marcada em breve "para regular o abastecimento de gás em 2008."
"O objetivo é que tanto a Argentina quanto o Brasil não tenham problemas de abastecimento nos momentos de maior demanda, como, no caso da Argentina, durante os meses de inverno", afirmou.
Villegas viajará em 18 de janeiro à Argentina para se encontrar com o ministro do Planejamento deste país, Julio de Vido. Em fevereiro, o ministro boliviano deve viajar ao Brasil para tentar marcar a reunião trilateral.
Na semana passada, Villegas declarou que a Bolívia seguiria produzindo em média 42 milhões de MMDC. Deste total, 31 MMDC iriam para São Paulo, e 5,5 a 6 MMDC seriam destinados ao consumo interno. O restante seria, segundo o ministro, enviado à Argentina, cujas necessidades em gás em 2008 serão de 7,7 MMDC.
Carlos Villegas afirmou que haverá um aumento progressivo da produção de gás, que permitirá cumprir "tranqüilamente" todos os compromissos de abastecimento do país a partir de 2010.
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Folha Online, 09/01/2008)