A prefeitura da Capital pretende instalar "caixas-iscas" em diferentes pontos para reduzir os ataques de abelhas. A medida poderá evitar que enxames se alojem em casas e árvores, causando novos transtornos à população.
Os equipamentos, conforme o biólogo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), Rodrigo da Cunha, medem cerca da metade do tamanho de uma caixa normalmente usada na apicultura e são odorizados com própolis ou cera de abelha para atrair os insetos.
Assim que um enxame for retirado de um determinado local, uma caixa-isca deverá ser colocada nas proximidades. Como é comum que novos enxames se instalem no mesmo ponto, a medida pode evitar reincidências e facilitará o trabalho dos biólogos.
- As abelhas preferirão a caixa, que pode ser facilmente retirada do local - explica Cunha.
A idéia, segundo o biólogo, partiu do engenheiro agrônomo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Aroni Satler e deverá ser adotada em breve. Sempre que forem instaladas, segundo Cunha, as caixas serão identificadas e sinalizadas pela Smam. Elas poderão ser penduradas em árvores ou deixadas junto aos telhados de residências, por exemplo. Porém, Cunha alerta que sua eficácia dependerá, em grande medida, do apoio da população:
- Sempre há risco de furto, depredação e falta de respeito. É claro que ninguém mexeria no local, se ele estivesse tomado de abelhas. O problema é que a caixa fica vazia por um tempo, até ser tomada pelos insetos - afirma o especialista.
Somente no ano passado, a Smam recebeu pelo menos 250 solicitações de vistoria relacionadas à infestação de abelhas, sendo que em torno de 75% ocorreram em residências e terrenos particulares. Na segunda-feira, bombeiros destruíram com fogo, inseticida e óleo diesel duas colméias em moradias na Rua Vicente da Fontoura, bairro Santo Antônio, na Capital. Na noite anterior, oito pessoas haviam ficado feridas e dois cães poodle morreram em um ataque. Foi o quarto caso em 46 dias.
(Zero Hora, 09/01/2008)