NÁPOLES - Tropas de choque usaram gás lacrimogêneo para dispersar na terça-feira manifestantes que protestavam contra a descarga de caminhões de lixo num subúrbio de Nápoles, sul da Itália.
O primeiro-ministro Romano Prodi interveio no assunto depois que 110 mil toneladas de lixo se acumularam nas ruas napolitanas. A coleta foi suspensa na época do Natal, quando quase todos os aterros sanitários da cidade foram declarados saturados.
O governo quer transferir parte desse mal-cheiroso material para o subúrbio de Pianura, mas os moradores usaram cercas de metal, blocos de concreto e árvores para bloquear a estrada. Os lixões de Pianura foram fechados há 11 anos.
Durante uma noite de confrontos esporádicos com a polícia, os agentes usaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que incendiaram um ônibus. Na manhã de terça-feira, helicópteros faziam vôos rasantes, ajudando a espalhar o cheiro de comida podre e a fumaça da queima do lixo.
Prodi deve anunciar medidas de emergência após uma reunião com ministros na terça-feira. O Exército deve ser chamado a ajudar mais na operação de limpeza.
A Camorra -máfia napolitana- tem grande envolvimento com o transporte e armazenamento do lixo na cidade. Há 14 anos a cidade reconhece ter um problema nesse setor, agravado pela incompetência e corrupção das autoridades.
(Por Robin Pomeroy,
O Globo, 08/01/2008)