Um pesquisador britânico analisou a quantidade de florestas tropicais no mundo e afirma que, ao contrário de declarações de ambientalistas e autoridades, o total global de florestas tropicais aumentou no período entre 1983 e 2000.
O novo estudo, coordenado por Alan Gringer, da Universidade de Leeds, na Inglaterra, afirma que não há provas suficientes para comprovar que a área coberta por flortestas deste tipo está diminuindo.
Para Gringer, o aumento pode ser resultado do reflorestamento, que pode estar compensando as taxas de desmatamento das florestas tropicais.
"Apesar do desmatamento ocorrer em ritmo acelerado, o reflorestamento também está acontecendo rapidamente", diz o pesquisador.
O estudo ressalta que, apesar do aparente aumento na área coberta por florestas tropicais, o reflorestamento não substitui a riqueza natural das florestas primárias.
"A área reflorestada não substitui a biodiversidade e a função de carbono(emissão menos absorção de gases) das florestas primárias", diz Gringer.
Estatísticas - Para realizar o estudo, Gringer analisou quadro décadas de estatísticas produzidas pela ágência das Nações Unidas para agricultura e alimentação sobre as áreas florestais.
O pesquisador observou vários erros e incongruências nas estimativas globais da ONU. Segundo ele, essas alternâncias são resultado do método usado pela agência, que produz as estimativas somando as estatísticas nacionais de vários países.
Gringer ressalta que os erros nas estatísticas nacionais são mais comuns em florestas que se encontram em áreas tropicais mais secas.
Para obter resultados mais precisos, ele analisou dados sobre a quantidade de florestas tropicais nas regiões da Amazônia, de Bornéo e da bacia do Congo, áreas próximas aos trópicos úmidos.
Depois da análise, o pesquisador observou que não há declínio na área coberta pelas florestas nestas regiões desde 1970.
Além disso, o estudo aponta ainda que, com base em dados publicados em 2006, as áreas cobertas por florestas tropicais no Gâmbia e no Vietnã aumentou desde 1990.
"O quadro é muito mais complicado do que se imaginava. Se não há registros de declínio nas áreas florestais no longo prazo, isso pode sugerir que o desmatamento está sendo acompanhado por um alto índice de reflorestamento que não foi observado", diz Gringer.
Observatório O estudo, publicado na segunda-feira (7), na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, sugere a criação de um observatório mundial de florestas para monitorar as mudanças nas áreas florestais.
"Um Observatório Mundial de Florestas poderia reconstruir as alterações nas áreas florestais desde 1970. Apenas desta forma poderíamos saber com certeza o que aconteceu com as florestas tropicais nos últimos 40 anos", finaliza.
(
Ambiente Brasil, 09/01/2008)