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2008-01-09
O primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, anunciou ontem uma série de medidas de emergência para controlar a crise do lixo em Nápoles. Prodi destacou que três incineradores serão destinados para a área e que outras regiões do país poderiam ajudar a acabar com o lixo.

Prodi nomeou Gianni De Gennaro como comissário extraordinário para administrar a crise do lixo pelos próximos quatro meses. Mas disse que a longo prazo o lixo de Nápoles precisa ser gerenciado localmente e não por um enviado do governo.

As medidas foram anunciadas depois de mais uma noite de protestos violentos entre manifestantes e a polícia no subúrbio de Pianura. Os moradores se opõem à reabertura de um antigo aterro sanitário, alegando que colocaria em risco a saúde das pessoas. Oficiais dizem que o aterro vai ser reaberto, depois de mais de uma década, para lidar com os montes de lixo nas ruas de Nápoles. Prodi afirmou que sua estratégia é tornar a "Itália completamente auto-suficiente em termos de controle do lixo, evitando a exportação".

Ele também destacou que além dos incineradores, um número "suficiente" de novos aterros seria designado. Apenas um dos três equipamentos planejados foi construído e está quase pronto para entrar em operação. No curto prazo, segundo Prodi, outras regiões italianas poderão ajudar a recolher o lixo na Campania, região da qual Nápoles é a capital, e a incinerá-lo. A região de Valle d'Aosta, no norte da Itália, ofereceu ajuda, informaram ontem alguns jornais italianos.

Os lixeiros interromperam a coleta em Nápoles e em alguns municípios vizinhos à metrópole do sul da Itália em 21 de dezembro, ao alegar que não havia mais espaço para o lixo nos aterros sanitários. Embora os napolitanos estejam furiosos com as pilhas de lixo deixadas nas ruas, eles também barram os projetos para criar novos aterros.

Por cerca de 14 anos, Nápoles enfrentou regularmente crises do lixo. As autoridades culpam a Camorra, a máfia local, que estaria infiltrada nas empresas de coleta, a burocracia desorganizada e os protestos que impedem a construção de novos locais.

(JC-RS, 09/01/2008)

 

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