A Câmara Federal deverá conceder um voto de regozijo e louvor à ministra Marina Silva, apontada, no último sábado (05/01), como uma das 50 pessoas que podem ajudar a salvar planeta. A proposta será oficializada no plenário da Câmara pela deputada federal Perpétua Almeida, após o término do recesso legislativo. A honraria é dedicada pelo parlamento nacional a personalidades destacadas em acontecimento de alta significação nacional e internacional. "Com todos os méritos e justiça, vemos, mais uma vez, a ministra Marina ser lembrada pelo seu esforço pessoal para salvaguardar nosso patrimônio natural e as populações que habitam a floresta. Mais que uma brasileira, é uma acreana, entre milhares de especialistas no assunto, que representa o Estado do Acre neste momento e merece todo nosso respeito", disse a deputada, que encaminhará a proposta à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, com uma provável aceitação dos líderes partidários.
Marina, que nos anos anteriores também foi destaque na mídia internacional por sua luta em prol do meio ambiente, desponta como a única pessoa da América Latina listada entre as que prestam relevantes serviços ao meio ambiente. Ela passou de analfabeta aos 16 anos à senadora mais jovem do Brasil, e agora "é a mulher mais capaz de prevenir a total ruína da Amazônia", diz o jornal britânico The Guardian, em sua edição do último dia 5. Em citações dedicadas especialmente à ministra, o jornal afirma: trata-se de "uma filha de um seringueiro brasileiro que passou a infância coletando látex e protestando contra a destruição provocada pelos madeireiros ilegais".
A historiadora e ex-vereadora de Rio Branco teve sua fotografia escolhida para ilustrar a capa do jornal, ao lado do ator Leonardo Di Caprio e da ambientalista Wangari Maathai, ex-ministra do Meio do Meio Ambiente do Quênia e Nobel da Paz em 2004.
A ministra brasileira defende compensações financeiras às famílias que reduzirem a incidência de desflorestamento, e a captação de recursos internos e externos para um combate mais efetivo dos crimes ambientes, através do Pacto pelo Desmatamento Zero, lançado há 5 meses com apoio das ongs mais conceituadas do país. Marina chegou a afirmar que "a única forma de evitar uma grande perda em longo prazo é com a ajuda internacional. "Não queremos caridade. É uma questão de ética e solidariedade", disse ela.
(Amazônia.org, 08/01/2008)