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geração de energia termelétricas a óleo
2008-01-09

O funcionamento em tempo integral das usinas termelétricas para fornecer eletricidade para as Regiões Nordeste e Sudeste ocorreu não apenas para prevenir racionamentos de energia, mas por fatores econômicos, afirmou nesta terça-feira (08/01) o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp.

Segundo Chipp, o uso de boa parte das usinas termelétricas visa a assegurar a geração mais barata de energia. Isso porque o custo das usinas térmicas movidas a gás natural é inferior aos R$ 473 por megawatt-hora pagos atualmente para a geração de energia por hidrelétricas. No início de outubro, esse custo estava em R$ 140 por megawatt-hora.

“Como o período úmido está atrasado, a água [estocada nos reservatórios] passa a valer mais e então é necessário recorrer às usinas térmicas”, explica Chipp. “Se as chuvas se confirmarem, o preço vai cair e a tendência é recolher as térmicas.”

Para as térmicas movidas a óleo combustível e a óleo diesel, que têm custos mais elevados que as usinas hidrelétricas, a operação a plena carga, diz Chipp, representa uma medida para impedir a falta de energia, principalmente no Nordeste. “O reservatório de Sobradinho [na Bahia] está com níveis mais baixos que no mesmo período do ano passado”, ressalta. “Como não se pode apostar na sorte, o despacho das térmicas movidas a óleo é uma ação preventiva.”

No Sudeste e no Centro-Oeste, segundo Chipp, o uso das termelétricas ocorre por razões econômicas porque a energia destinada a essas regiões vem de usinas a gás natural. “Com escassez de água, é mais econômico gerar térmica e preservar o estoque”, justifica.

De acordo com o diretor-geral do ONS, o volume de gás que está sendo destinado às termelétricas é superior ao acertado no compromisso entre a Petrobrás e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A oferta de gás natural para o Nordeste, Sudeste e Sul é suficiente para a geração de 2,3 mil megawatts. “Hoje, estamos gerando 2,8 mil megawatts”, revelou Chipp.

A expectativa de Hermes Chipp, entretanto, é que as previsões se confirmem e as usinas térmicas em breve deixem de ser acionadas. “Se as chuvas ocorrerem no Brasil conforme o previsto, a situação se normaliza e as térmicas não precisarão mais ser despachadas”, destaca. De acordo com ele, a previsão para os próximos meses é de chuva acima da média no Norte e Nordeste, na média no Sudeste e abaixo da média no Sul.

(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 08/01/2008)


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