A nascente indústria de biodiesel da Argentina exportou quase 320 mil toneladas do biocombustível em 2007, no primeiro ano de significativas vendas externas do produto, informou nesta segunda-feira (7) a Secretaria da Agricultura do país.
A Argentina é o maior exportador mundial de óleo de soja e a secretaria afirmou que a capacidade de produção de biodiesel poderia aumentar para 1,5 milhão de toneladas em 2008, mais que o dobro da capacidade do ano passado, uma vez que novas fábricas vão entrar em operação.
A falta de diesel é uma reclamação frequente entre os produtores agrícolas do país, e alguns já utilizam o biodiesel para atender as suas necessidades.
Mas a produção cresceu mesmo com os investimentos de companhias como a Louis Dreyfus Commodities, Glencore e Bunge, que abriram fábricas no país.
De acordo com uma nota da secretaria, as exportações de biodiesel da Argentina resultaram em 268 milhões de dólares em divisas no ano passado, e mais de três quartos das vendas foram realizadas para os Estados Unidos. O restante teve como destino o mercado europeu.
O governo da Argentina favorece as exportações de biodiesel por meio do sistema tarifário.
O país elevou a taxa de exportação de óleo de soja para 32 por cento, enquanto a tarifa para vendas externas de biodiesel foi mantida em 5 por cento, com um desconto de mais de 2 por cento.
Isso significa que a taxa para a exportação de biodiesel está 29,5 pontos percentuais abaixo daquela em vigor para o óleo de soja, um produto utilizado na produção do biocombustível.
E uma lei aprovada no ano passado tornará obrigatória, a partir de 2010, a mistura de 5 por cento de etanol na gasolina do país, e do mesmo percentual de biodiesel no diesel.
A consultoria Oil World informou em um relatório no ano passado que o aumento da produção de biodiesel na Argentina e no Brasil pode reduzir as exportações de óleo de soja em 2008.
(
Ambiente Brasil, 08/01/2008)