WASHINGTON, 7 Jan 2008 (AFP) - A erva ornamental de nome científico Panicum vigartum mostrou-se fonte muito mais promissora do que se tinha inicialmente imaginado na produção de etanol, revelaram pesquisadores dos Estados Unidos com trabalhos a serem publicados nesta segunda-feira.
Esta erva de cor azul-esverdeada brilhante da família das gramíneas tem capacidade de crescer facilmente. Ela permite que se obtenha 5,4 vezes mais energia (540%) do que o necessário para cultivá-la e produzir etanol, explicaram estes bioquímicos da Universidade de Nebraska (norte). Nas estimativas anteriores, baseadas em campos de cultivos experimentais muito menores, os cientistas tinham conseguido chegar a um rendimento energético líquido de 3,43 vezes (343%).
Este rendimento médio, definido como a relação entre a energia restituída sobre a energia não renovável utilizada, é comparável ao obtido com o milho, principal cultivo a partir do qual os Estados Unidos produzem atualmente seu etanol. Por outro lado, a cana-de-açúcar, especialidade brasileira na obtenção do etanol e matéria-prima mais eficiente rende oito vezes mais energia do que a necessária para produzi-la.
Marty Schmer, um dos autores do estudo, ressaltou que o rendimento desta espécie de grama poderia ser melhorado com a utilização das últimas tecnologias agronômicas e genéticas, assim como com uma produção da planta em escala industrial.
Os resultados deste estudo se baseiam em cultivos de Panicum virgatum em 2000 e 2001 numa superfície de três a nove hectares em 10 propriedades agrícolas situadas no oeste dos EUA e representativas dos custos de exploração média.
Os autores garantem ainda que as emissões de gases causadores do efeito estufa oriundos do etanol produzido a partir do Panicum virgatum são 94% menores que as produzidas com a combustão da gasolina.
O estudo foi publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS) de 15 de janeiro.
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UOL, 07/01/2008)