O Exército italiano começou a recolher o lixo acumulado em várias regiões do sul da Itália, embora persista a crise crônica que há 14 anos atinge Nápoles e outras localidades.
O Corpo de Engenheiros do Exército começou na madrugada desta segunda-feira o trabalho de limpeza da localidade de Caserta, localidade ao norte de Nápoles. As escolas da região foram reabertas, por ordem do premiê, Romano Prodi, mas se encontram quase vazias.
Enquanto isso, continuam os protestos contra a reabertura de lixões fechados nos últimos anos devido a sua saturação e seu risco para a saúde.
As forças de segurança reprimiram uma manifestação contra a reabertura do lixão no bairro napolitano de Pianura.
Três pessoas ficaram feridas durante o confronto entre policiais e manifestantes.
O bairro se encontra praticamente isolado depois que os moradores bloquearam suas principais ruas, em muitas ocasiões com contêineres de lixo.
A crise, que dura anos, teve um de seus auges em maio do ano passado, quando quase 15 mil toneladas de lixo se acumularam na região, colocando em xeque o Estado.
Autoridades declararam que a situação é "intolerável" e se comprometeram a solucioná-la.
O presidente da Província de Campânia --a que pertence Nápoles--, Antonio Bassolino, reconhece ter falhado no recolhimento de lixo, mas não renunciará por causa do problema.
Em artigo publicado no sábado (5), o escritor Roberto Saviano lembrou que análises da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, em vários municípios da região, a percentagem de mortalidade é maior que no resto do país devido à contaminação das águas por causa dos vazamentos ilegais.
(
Folha Online, 07/01/2008)