O Ibama do Pará divulgou ontem resultado das operações Praialta e Piranheira. De acordo com o Instituto, foram aplicadas multas que, somadas, chegam a R$ 545.801,00 sobre um volume de 5.360 m³ de madeira ilegal em tora, encontradas em três empresas localizadas no município de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. Do total, 4.762 m³ foram apreendidos pelo Ibama, mas os 595 m³ restantes já haviam sido vendidos de forma irregular.
A primeira etapa da operação foi realizada nos últimos dias 11 e 12, quando foi feito um levantamento de madeira nos pátios das empresas denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF), Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) e por uma associação de produtores local. O levantamento mostrou que as empresas estavam com grande estoque de madeira em tora, sem origem declarada, ou seja, não tinham licença do órgão ambiental competente. Ainda havia sido vendido madeira sem Guia Florestal (GF - documento de transporte).
Segundo o gerente do Ibama em Marabá, Léo Bento, cada serraria tem uma pasta que funciona como uma conta corrente de movimentação de madeira, gerenciada pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema). "A empresa só tem crédito de madeira quando apresenta a compra pelo Plano de Manejo Florestal ou quando o desmatamento é autorizado", diz. Para o transporte de madeira, Bento informa que é necessária a emissão da Guia Florestal, autorizada pela Sema.
A segunda etapa da Operação aconteceu no dia 19, quando foram inspecionadas áreas dentro do Projeto Agro-extrativista. Foi comprovado o corte de diversas castanheiras. Também foi feito o levantamento individual dos lotes, para se ter o número de castanheiras abatidas, e de fornos de carvão instalados nas áreas denunciadas.
Os colonos confirmaram a venda para moradores de Nova Ipixuna, mas não informaram quais as serrarias para onde as árvores seriam entregues. Alegaram também que o corte se deu para facilitar a instalação da rede elétrica na região.
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Diário do Pará, 04/01/2008)