A Polícia Ambiental apreendeu 150 aves numa operação realizada no fim da tarde de ontem (03/01) em Orlândia, São Joaquim da Barra e Sales Oliveira, no interior de São Paulo. Algumas das espécies apreendidas estão ameaçadas de extinção, como o coleirinha papa-capim, o curió e o caboclinho.
A polícia autuou cinco acusados por maus-tratos a animais, cuja multa é de R$ 1,1 mil por pássaro e por colocar em cativeiro espécies com risco de extinção. Neste caso, a multa pode alcançar cerca de R$ 6 mil. Novas denúncias foram registradas e, em poucos dias, mais apreensões serão realizadas. "Significa, na prática, que a população está cada vez mais consciente, sem medo de apontar os criminosos", observa o segundo tenente Fernando Rafael Eufrásio, do Batalhão da Polícia Ambiental de Franca (SP), responsável por uma área florestal que abrange 22 cidades. Segundo Eufrásio, somente em 2007, foram encontrados com criminosos 1,2 mil pássaros na regional, por meio das denúncias.
Os animais apreendidos nesta operação estão na base da Polícia Ambiental de Orlândia. Hoje, o biólogo Wilker Gleria de Oliveira, de Guaíra (SP), esteve no local e verificou que 80% das aves estão em condições de soltura. "São pássaros que foram capturados recentemente. Eles devem ser devolvidos à natureza ainda hoje ou, no mais tardar, amanhã", afirma.
O restante será encaminhado para zoológicos da região. "Alguns ficarão no Zoológico de Guaíra, onde passarão por processo de readaptação para, possivelmente, serem soltos em reservas florestais. Tudo vai depender do comportamento de cada um. Existem aqueles que há muito tempo estão presos e não conseguem sobreviver livres", argumenta.
Laudo
O laudo oficial das condições de cada pássaro deverá ficar pronto ainda amanhã. De acordo com o policial Ademir Ferreira, da Patrulha Rural, que realizou a ação, os animais sofrem nas gaiolas e precisam ser transferidos, rapidamente. "Está muito calor. Eles estão muito estressados, necessitando de lugar seguro", afirma.
Os locais de soltura não serão divulgados pelo Polícia Ambiental. É um modo de evitar que os caçadores façam novas capturas. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi informado do crime. Os cinco denunciados, além de multadas, responderão a processos cível e penal para reparação dos danos causados à fauna brasileira.
(G1, 04/01/2008)