Produtor de hortaliças orgânicas, Luciano Fernandes, mostra produção que atende novas normas do Ministério da Agricultura
Os preços altos são o principal obstáculo para aumentar o consumo dos orgânicos no país, avalia o produtor rural Luciano Fernandes.
Ele explica que, como são produzidos em condições especiais, muitas vezes o valor final dos orgânicos é superior ao dos produtos tradicionais.
“Gasta bem mais mão-de-obra em relação ao produto convencional, além da perda com insetos que os comem”, ponderou o produtor rural, que trabalha com vegetais orgânicos em uma chácara próxima a Brasília.
Mesmo sem usar agrotóxicos, Fernandes afirma ser possível combater pragas que geralmente atacam as plantações. “A gente usa vários produtos orgânicos para ajudar a combater [as pragas]. Mas, na maioria das vezes, é o próprio equilíbrio do ambiente que evita os insetos. A longo prazo, quando você deixa de jogar veneno, outros predadores vêm para sua chácara e combatem os insetos.”
Antes mesmo de o decreto com novas regras para a produção e comercialização de orgânicos no Brasil ser editado, o produtor já observava normas previstas, como o uso sustentável do solo.
O comerciante Verinaldo da Silva ressalta que a relação custo-benefício no consumo de orgânicos costuma compensar. E afirma que consumir orgânicos é um investimento em saúde.
“Quando se tem um produto diferenciado, sempre há reclamação de preço. Mas aquelas pessoas que têm consciência sobre alimentação e que entendem o consumo de orgânicos como investimentos em saúde não reclamam, porque sabem que você investe em uma alimentação boa e acaba não tendo prejuízo com remédio, por exemplo”, destacou.
(Por Renata Pompeu, Agência Brasil, 03/01/2008)