Plano Diretor aprovou a proposta, mas ela depende de audiência pública. Comunidade se mobiliza  
 
A possibilidade de ampliação para 12 andares no limite de altura para as construções em Xangri-Lá tem mobilizado moradores e veranistas. A proposta integra as emendas apresentadas ao Plano Diretor do município, aprovado na semana passada, e que acabaram tendo a apreciação adiada. A nova votação depende ainda da realização de audiência pública para ouvir as diferentes opiniões sobre o assunto, mas um grupo preocupado com o futuro do município começou nesta semana a recolher assinaturas para um abaixo-assinado contra a ampliação, que deverá ser entregue ao prefeito Celso Bassani Barbosa. Há 23 anos veraneando em Xangri-Lá, o aposentado Geremias Möller, de 72 anos, vem buscando adesões ao documento, que já conta, até o momento, com mais de 120 assinaturas. A idéia de elaborar um abaixo-assinado, de acordo com Möller, surgiu da informação de que o terreno que abrigou durante décadas o antigo Hotel Termas Xangri-Lá, demolido há menos de dois meses, poderia ser utilizado para a construção de um edifício de mais de dez andares. 'Isso representaria perda de status para o município e de qualidade de vida para os habitantes e veranistas da praia', defende o aposentado.

A idéia de grandes prédios na região também não agrada ao prefeito do município, que autoriza atualmente que ocorram construções de, no máximo, dois andares. Pelo Plano Diretor aprovado, o limite estabelecido ficou em seis andares, mas somente para as avenidas Paraguassu, Central (em Atlântida), Jacuí (em Xangri-Lá) e avenida Diamante (Rainha do Mar).

Nos demais locais, prevalecem as construções unifamiliares. 'Xangri-Lá tem progredido sem os prédios. Se liberarmos construções de grande porte, terminaremos com a característica de balneário. O perfil do município tem que continuar o mesmo', ressalta Bassani. De acordo com ele, a expansão dos condomínios horizontais fechados tem possibilitado o desenvolvimento de áreas que não cresciam no município.
 
(Correio do Povo, 03/01/2008)