Dmae garante que aumento das cianobactérias, comum no verão, ainda não afeta potabilidade da água
Apesar do tom esverdeado que começa a despontar na água do Guaíba, em Porto Alegre, bem diferente da característica tonalidade amarronzada, a diretora da Divisão de Pesquisa do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), química Iara Morandi, garante que não há riscos para consumo. Segundo ela, a mudança na cor é sinal do aumento de cianobactérias (algas azuis), mas a proliferação, comum na estação, ainda não afeta a potabilidade. Dia 9, o Dmae anunciará plano incluindo ações para amenizar o efeito dos organismos, como ocorreu em 2007.
'Até o momento, nosso controle de qualidade das captações não detectou ocorrência de cianobactérias em proporção que possa causar odor e gosto na água.' Lembra que, no verão, a tendência é que as cianobactérias aproveitem condições favoráveis: baixa precipitação, altas temperaturas, presença de nutrientes (nitrogênio e fósforo) na água, oriundos do lançamento de esgoto, baixa turbulência e turbidez (poucas partículas em suspensão) e maior incidência de luz solar.
Segundo Iara, desde a década de 70, o Dmae monitora o Guaíba e a represa da Lomba do Sabão, de onde é captada água para abastecimento da cidade. 'Realizamos controle de qualidade, a cada duas horas, na água que chega à estação de tratamento e nas diversas fases do processo de tratamento.' Iara alerta que cabe aos usuários fazer a limpeza, a cada seis meses, dos reservatórios, mantendo-os tampados, não largar óleo de cozinha na pia, usar racionalmente a água e separar o lixo.
Desde 2002, as cianobactérias nos dois mananciais que abastecem Porto Alegre têm registrado florações que dão à água o característico gosto e cheiro de terra. Conforme o Dmae, em 2007, o acerto das medidas adotadas amenizou reclamações. As técnicas aplicadas foram: uso de coagulante primário – Cloreto de Poli Alumínio, adição de carvão ativado em pó, oxidantes dióxido de cloro e peróxido de hidrogênio.
(Correio do Povo, 03/01/2008)