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2008-01-03
A cidade de Milão, na Itália, introduziu nesta quarta-feira um novo esquema de pedágio urbano para tentar conter a poluição no centro. O esquema, batizado de Ecopass, impõe uma taxa de até 10 euros (cerca de R$ 26) para quem entrar no centro com um veículo considerado poluente.

A prefeita de Milão, Letizia Moratti, enfrentou uma grande oposição para conseguir aprovar a medida, considerada polêmica. Para convencer os milaneses, ela enviou 760 mil cartas lembrando às pessoas sobre os danos que a poluição causa à saúde. A nova taxa pretende reduzir em 10% o tráfego no centro da cidade, em uma zona que compreende 8 quilômetros quadrados.

Carros elétricos e híbridos poderão circular livremente. Os proprietários dos demais veículos terão que comprar uma autorização, à venda em diversos pontos da cidade.

Problemas
A prefeita advertiu que poderá haver problemas nos primeiros dias de funcionamento do esquema, mas pediu paciência aos moradores da cidade. "As coisas que nos ajudam a melhorar nosso padrão de vida não podem ser resolvidas da noite para o dia", disse ela.

Os opositores da medida - grupo que inclui o ex-premiê Silvio Berlusconi - pediram a realização de um referendo municipal sobre o pedágio urbano. Mas as pesquisas mostram que a cidade está praticamente dividida sobre se a medida é boa ou não. Apesar disso, a maioria considera que algo precisava ser feito para reduzir a poluição.
Um esquema semelhante de pedágio urbano foi implementado em Londres em 2003 e conseguiu reduzir o tráfego no centro em 16% e as emissões de CO2 em quase 20%.

Mas os moradores de Milão ainda têm dúvidas se o mesmo sucesso pode ser conseguido e se seu sistema de ônibus e metrô será capaz de atender a uma maior demanda.

(Folha Online, 02/01/2008)


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