A cidade de Milão, na Itália, introduziu nesta quarta-feira um novo esquema de pedágio urbano para tentar conter a poluição no centro. O esquema, batizado de Ecopass, impõe uma taxa de até 10 euros (cerca de R$ 26) para quem entrar no centro com um veículo considerado poluente.
A prefeita de Milão, Letizia Moratti, enfrentou uma grande oposição para conseguir aprovar a medida, considerada polêmica. Para convencer os milaneses, ela enviou 760 mil cartas lembrando às pessoas sobre os danos que a poluição causa à saúde. A nova taxa pretende reduzir em 10% o tráfego no centro da cidade, em uma zona que compreende 8 quilômetros quadrados.
Carros elétricos e híbridos poderão circular livremente. Os proprietários dos demais veículos terão que comprar uma autorização, à venda em diversos pontos da cidade.
ProblemasA prefeita advertiu que poderá haver problemas nos primeiros dias de funcionamento do esquema, mas pediu paciência aos moradores da cidade. "As coisas que nos ajudam a melhorar nosso padrão de vida não podem ser resolvidas da noite para o dia", disse ela.
Os opositores da medida - grupo que inclui o ex-premiê Silvio Berlusconi - pediram a realização de um referendo municipal sobre o pedágio urbano. Mas as pesquisas mostram que a cidade está praticamente dividida sobre se a medida é boa ou não. Apesar disso, a maioria considera que algo precisava ser feito para reduzir a poluição.
Um esquema semelhante de pedágio urbano foi implementado em Londres em 2003 e conseguiu reduzir o tráfego no centro em 16% e as emissões de CO2 em quase 20%.
Mas os moradores de Milão ainda têm dúvidas se o mesmo sucesso pode ser conseguido e se seu sistema de ônibus e metrô será capaz de atender a uma maior demanda.
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Folha Online, 02/01/2008)