O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, definiu as mudanças climáticas como o “desafio moral da nossa geração” e defendeu que as soluções para enfrentar o aquecimento global sejam urgentes e multilaterais.
Se o apelo, feito durante a 13° Conferência das Partes sobre o Clima (COP-13) em dezembro, for aceito, 2008 será um ano de continuidade da discussão sobre as mudanças climáticas na agenda mundial de negociações. No documento final da reunião da ONU, o chamado Mapa do Caminho, 190 países chegaram a um consenso sobre a necessidade de um plano comum de medidas de mitigação de gases do efeito estufa, que será definido em 2009.
Para 2008, estão previstas reuniões de grupos de trabalho que anteciparão temas como a redução de emissões por desmatamento – assunto que interessa, especialmente, países com grandes florestas, por exemplo, o Brasil. Outro assunto que deve ser debatido se refere aos detalhes de funcionamento do chamado Fundo de Adaptação, mecanismo que vai financiar investimentos para que países mais vulneráveis se adaptem às consequências das mudanças climáticas, como a maior incidência de chuvas e secas intensas.
Em 2007, a discussão sobre mudanças climáticas foi além dos debates científicos, chegou à sociedade civil e esteve presente nos discursos de líderes políticos ao redor do mundo. Um dos principais fatores da mudança de perspectiva foi a divulgação do 4° Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), em que cerca de 2.500 cientistas apontaram o aquecimento global como um “fenômeno inequívoco”.
Depois de apresentar cenários que apontam aumento da temperatura da Terra de no mínimo 1,8 grau até 2100, os pesquisadores do IPCC, junto ao ex-candidato à presidência dos Estados Unidos e ativista Al Gore, ganharam o Prêmio Nobel da Paz, fato que alavancou a discussão política do tema durante a COP-13.
(Por Luana Lourenço, Agência Brasil, 02/01/2008)