A preferência das empresas produtoras de biodiesel por operações a partir do óleo de soja deverá deve ser relativizada com variações futuras de mercado. A avaliação é do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, que disse não ver "problema na produção a partir da soja neste momento economicamente favorável, mas isso não deve perdurar no tempo".
Uma meta anunciada pelo ministro é fechar 2008 com o dobro dos atuais 100 mil agricultores familiares que produzem oleaginosas, matéria-prima para o biodiesel. Cassel lembrou que a agricultura familiar fornece mais de 90% dessas oleaginosas para as empresas produtoras, entre elas a mamona, o dendê, o amendoim e o algodão.
E garantiu que é possível tornar estas culturas competitivas em relação à soja: “Isso se faz com pesquisa, sementes e assistência técnica adequadas ao plantio, e oferta de crédito na hora certa.”
O ministro disse que com o B2 (adição obrigatória de 2% de biodiesel ao diesel mineral vendido nos postos) o Brasil está abrindo um caminho novo para produzir um combustível renovável, limpo e capaz de produzir inclusão social: “Acima de tudo, permite gerar trabalho e renda em locais onde isso é extremamente necessário. Na Região Nordeste, o aumento médio de renda anual dos pequenos produtores que aderiram à cadeia do biodiesel foi de até R$ 3,5 mil, valor significativo naquele meio rural.”
Cassel ressaltou ainda a importância do Selo Combustível Social, que se traduz em benefícios fiscais para empresas produtoras de biodiesel que priorizam a compra de agricultores familiares: “O governo brasileiro encontrou um fiorma original, inovadora e ousada de produzir energia e, ao mesmo tempo, garantir inclusão social”.
O selo já foi dado a 28 empresas e há mais de dez pedidos encaminhados, para avaliação neste ano.
(Por Marco Antônio Soalheiro, Agência Brasil, 02/01/2008)