O diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, disse que os maiores desmatadores - nos Estados que mais devastam a floresta amazônica - foram identificados. Segundo Montiel, eles integrarão uma "lista suja" semelhante à usada contra o trabalho escravo.
"Já identificamos os 50 maiores infratores no Pará, Mato Grosso e Rondônia, Estados que contribuem com 80% do desmatamento na Amazônia. Vão sofrer sanções conjuntas administrativa, penal e cível e integrar uma lista suja, a ser divulgada ao longo do primeiro semestre do ano", afirmou.
O levantamento está sendo feito pelo Grupo Permanente de Responsabilização Ambiental, criado no dia 6 de dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo, coordenado pelo Ministério de Meio Ambiente, é integrado por Ministério da Justiça, Casa Civil, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Federal, Ibama e Secretaria Nacional de Segurança Pública.
Outra preocupação do governo, segundo Montiel, é fomentar atividades produtivas sustentáveis na região amazônica, por meio de linhas de crédito com juros reduzidos. O Ministério de Meio Ambiente também desenvolve um programa de capacitação de gestores ambientais. A idéia é fazer com que o trabalho seja absorvido nos municípios, para que eles tenham uma participação mais ativa no combate ao desmatamento. "A constituição prevê atribuições dos municípios na proteção ambiental, mas a realidade deles (os da Amazônia) é bem distinta da verificada no Sul e Sudeste. Não têm órgãos de meio ambiente estruturados", comentou o diretor.
O centro de monitoramento ambiental do Ibama, criado em 2004, fica em Brasília, mas há estações de trabalho montadas na superintendência do órgão na Amazônia e em 17 bases operativas das ações de fiscalização. A tecnologia utilizada é o geoprocessamento, com imagens de satélite acessadas via Internet. "Não estamos satisfeitos e vamos avançar mais, com instrumentos de monitoramento melhores, que nos permitirão chegar antes que o desmatamento se torne grande", afirmou Flávio Montiel.
(Rondonoticias, 31/12/2007)