A Eletrosul projeta investir neste ano cerca de R$ 300 milhões na área de geração de energia, contra R$ 200 milhões no segmento de transmissão. Será a primeira vez que isso acontece desde 1998, quando a estatal teve todo o parque gerador privatizado. Com a implantação do novo modelo do setor elétrico, em 2004, a empresa foi autorizada a voltar a gerar.
O presidente da companhia, Ronaldo Custódio, acredita que investimentos de maior porte na área de geração serão uma tendência. "São grandes obras que requerem mais recursos", explica. Um dos empreendimentos de geração conduzidos pela estatal no Rio Grande do Sul é a Usina Hidrelétrica Passo São João, que teve o início oficial das obras em novembro.
Com investimento previsto de R$ 260 milhões, a serem empregados durante a realização de toda a obra, o complexo será realizado no Rio Ijuí, entre os municípios de Roque Gonzalez e Dezesseis de Novembro, distantes 600 quilômetros de Porto Alegre (o reservatório atingirá também os municípios de São Luiz Gonzaga, São Pedro do Butiá e Rolador). A usina terá potência instalada de 77 MW (cerca de 2% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul) e a previsão é de que a operação comercial inicie em 2010. Durante todo o período da construção, devem ser gerados cerca de 750 empregos diretos e 1.500 vagas indiretas.
Outro plano da companhia para o Rio Grande do Sul é a implantação de parques eólicos em Santana do Livramento e São José dos Ausentes. O investimento nos dois parques é estimado em cerca de R$ 800 milhões e as estruturas terão capacidade para gerar, respectivamente, 210 MW e 180 MW. Neste ano, a empresa tentará avançar na questão dos licenciamentos ambientais desses projetos. Posteriormente, a estatal precisará garantir a venda da energia para efetivar os parques eólicos.
Na área de transmissão, a Eletrosul, neste início de ano, deve avaliar se irá assumir ou não o controle da Empresa de Transmissão de Energia do Rio Grande do Sul (RS Energia). A estatal é sócia da companhia e tem direito de preferência na aquisição das ações dos outros sócios, Schahin (41%) e Engevix (10%), que demonstram querer se desfazer de suas participações. Se a Eletrosul não exercer seu direito, a empresa Neoenergia deve adquirir as ações da Schahin e Engevix.
A RS Energia é responsável por um empreendimento considerado estratégico para o setor elétrico gaúcho: a linha de transmissão de 525 kV Campos Novos - Nova Santa Rita. O investimento previsto na nova estrutura, que terá cerca de 258 quilômetros de extensão, é de aproximadamente R$ 210 milhões. Esperava-se que o Ibama liberasse a licença de instalação do empreendimento antes do final do ano passado, o que acabou não acontecendo. A perspectiva agora é de que a licença do empreendimento seja emitida ainda neste mês de janeiro.
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JC-RS, 02/01/2008)