Dezenas de casas continuam cobertas com lonas no município de Santo Antônio das Missões, castigado por um temporal de granizo no dia 20 de outubro. A tormenta causou estragos em 4 mil residências no perímetro urbano. Levantamento da prefeitura indica que mais de cem moradores ainda não conseguiram repor a coberturas de suas casas. Outras 500 moradias foram parcialmente recuperadas. O prefeito, Ernesto Ivo de Lima, aguarda a liberação, pelo Ministério da Integração Nacional, de 25 mil telhas, cumeeiras, pregos e barrotes para 900 prédios. 'A promessa de liberação foi feita ainda na primeira quinzena de novembro, porém, até agora, não chegou nada no município', lamenta o prefeito.
Das nove escolas municipais atingidas pelo temporal, apenas seis foram parcialmente recuperadas. Faltaram recursos para os reparos nos prédios das escolas Honório da Cruz, Francisco Morales e Evilásio Jacques. Segundo o prefeito Ernesto Ivo de Lima, os alunos desses estabelecimentos concluíram o ano letivo tendo aulas em galpões e espaços cedidas por moradores. Ele acredita que será necessário investir R$ 200 mil para substituição de pisos, móveis, instalações elétricas, forros e telhados das escolas. Dos governos estadual e federal, Santo Antônio das Missões recebeu 600 cestas básicas, 21 mil telhas e medicamentos. O prefeito faz questão de mencionar a solidariedade dos municípios vizinhos. 'Graças às prefeituras e a população de vários municípios, conseguimos distribuir 6 mil cestas básicas e milhares de peças de roupa', diz Lima. O temporal causou prejuízo de R$ 22 milhões em residências, comércio, prédios públicos e agricultura. Somente para recuperar a sede da prefeitura, postos de saúde e escolas, o valor estimado pelo prefeito chega R$ 6 milhões.
A população de Santo Antônio das Missões está traumatizada desde a tormenta de 20 de outubro. 'As seqüelas psicológicas são evidentes. Qualquer notícia que trate de um possível temporal causa arrepio nas pessoas, especialmente nos mais idosos e nas crianças. Até mesmo uma nuvem mais escura que apareça no céu já faz com que os pequenos se escondam embaixo das camas', informa o prefeito.
(Por Paulo Renato Ziembowicz, Correio do Povo, 30/12/2007)