O Ecoarte, um dos grupos mais identificados com a cultura e a história da cidade de Bagé, completa, em 2007, seus 20 anos de existência. Durante sua trajetória o principal objetivo foi desenvolver, na comunidade bajeense, a consciência da preservação do patrimônio ecológico, cultural e histórico do Bioma Pampa.
Fundado em 1987, à roda aberta, como define Elvira de Macedo Nascimento, uma das pioneiras do movimento, o grupo abrigava vários especialistas nas áreas de Agronomia, Arquitetura, Biologia, Sociologia, artistas, estudantes e membros da sociedade civil. Nascido dentro do antigo Centro de Artes da Urcamp (Cenart) e na representação da sociedade civil através do Cultura Sul, o Ecoarte fazia uma leitura das demandas sociais da sociedade e procurava soluções. “A partir daí fazíamos solicitações que se transformavam em projeto e exercíamos pressões políticas”, conta Elvira.
Trabalhando em prol do saneamento dos bairros da cidade com as estações de tratamento de água, formação do comitê pró-Bacia do Rio Negro, revitalização das praças e a delimitação de áreas históricas e de preservação ambiental. Além do tombamento histórico de vários prédios de Bagé, como o complexo cultural da vila Santa Thereza.
Elvira lembra que com muito esforço o grupo mantinha um jornal impresso com o nome de Ecoarte. O veículo de comunicação servia como um espaço de desenvolvimento do senso crítico da população, fazendo uma permanente leitura crítica e a reflexão construtiva. “Também mereceu nosso cuidado a revelação do potencial criador e artístico de Bagé e a construção de uma cidadania participativa, pluralista e solidária. Essas dimensões que realizam uma ecologia mental e social de canalização de energias da vida pessoais e societárias. Claro e forte compromisso com a evolução de Bagé”, relata.
Hoje o Ecoarte oscila entre 20 membros e se reúne esporadicamente. “O pessoal, hoje, trabalha nas mais variadas frentes e algumas vezes nós nos reunimos para debater as prioridades.” Quanto ao futuro do grupo e das atividades a grande expectativa é a adoção, nas universidades, da Agenda 21, para garantir uma postura sistêmica e saneando as demandas sociais. “Temos que corrigir equívocos na postura fragmentária contemporânea”, salienta. Para Elvira as maiores conquistas do movimento para a cidade foram a visibilidade para os problemas ambientais do arroio Bagé e o tombamento dos prédios que fizeram parte da história de Bagé.
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Jornal Minuano, 28/12/2007)