Técnicos asseguram que a imagem de vilão ambiental do carvão é coisa do passado, mas ambientalistas não compram essa versão. Jorge Luiz Castellan, pesquisador sênior da área de energia da Fundação de Ciência e Tecnologia do Estado (Cientec), atribui as resistências à noção de que ainda se usa a tecnologia dos anos 60.
- Vai causar algum impacto ambiental, qualquer ação humana é poluente. Mas há muitos esforços para amenizar as emissões, com captura de gás carbônico - avalia Castellan.
Flávio Lewgoy, membro do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e conselheiro da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), promete reagir contra os projetos da região da Campanha:
- O carvão é uma enciclopédia de poluentes. Se houvesse uma forma limpa de gerar energia a carvão, eu saberia. Mesmo que 99,9% das emissões sejam retidas, o restante é muito para o ambiente.
Edmundo Fernandes da Silva, da Secretaria de Infra-estrutura, assegura que a combinação entre um tratamento a seco do carvão, chamado de jigagem, e uma nova forma de queima nas usinas assegura níveis "baixíssimos" de emissão. O trabalho de demonstrar a eficácia desse método já está sendo conduzido na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
(Por Marta Sfredo,
Zero Hora, 28/12/2007)