Cynthia Beal quer ser uma cerejeira quando estiver morta. E tem tudo para garantir que isso aconteça - um corpo, um jazigo e um caixão biodegradável. "É o melhor da adubagem natural", diz Beal, proprietária da The Natural Burial Company, que venderá diversos produtos ecológicos de sepultamento a partir de janeiro, incluindo o Ecopod, um esquife em forma de caiaque, feito de jornal reciclado.
Caixões biodegradáveis são parte de uma tendência para enterros "naturais", que não usam embalsamamento, jazigos de cimento, gramados com tratamento químico ou caixões laminados. Defensores do movimento dizem que esse tipo de sepultamento causa menos dano ao meio ambiente. A cremação costumava ser considerada mais "ambientalmente correta" que o enterro, mas o uso de combustíveis fósseis passou a trazer preocupações.
Sepultamentos ecológicos são populares no Reino Unido há anos, mas especialistas do setor dizem que a tendência só agora começa a pegar nos Estados Unidos, onde cemitérios "verdes" foram inaugurados na Califórnia, Flórida, Nova York, Carolina do Sul e Texas.
A maioria dos produtos ainda é importada - o ecopod é britânico - mas já há fornecedores estabelecidos nos EUA. As opções vão de mortalhas de fibra natural a caixões de bambu revestidos de algodão cru. O mercado americano tem potencial enorme: funerais nos Estados Unidos movimentam US$ 11 bilhões a cada ano.
(Estadão Online,
Ambiente Brasil, 28/12/2007)