Desde que Silas Rondeau foi afastado do ministério, o PMDB pressiona o governo por uma definição

O novo ministro das Minas e Energia deverá ser mesmo o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e o anúncio de seu nome está previsto para janeiro. Somente depois dessa etapa serão divulgados os escolhidos para presidir as estatais do setor elétrico subordinadas ao ministério, como Eletobrás, Eletronorte e Eletrosul.

Desde que Silas Rondeau foi afastado do comando de Minas e Energia, em maio - no rastro da Operação Navalha, da Polícia Federal -, o ministério está interinamente nas mão de Nelson Hubner. Nos últimos sete meses, os vários grupos do PMDB pressionaram o governo pela substituição de Hubner e o preenchimento dos cargos no segundo escalão.
 
A novela deve chegar ao fim no início do ano novo. "Nossa idéia é que logo na primeira semana de janeiro todas essas questões estejam resolvidas", disse o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Cauteloso, Múcio evitou, porém, confirmar a indicação de Lobão para Minas e Energia. "Isso é com o presidente", justificou. "O que posso dizer é que, quanto ao segundo escalão, tentaremos resolver tudo até o meio de janeiro."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendia trazer Rondeau de volta ao governo. Padrinho do ex-ministro, o próprio senador José Sarney (PMDB-AP), no entanto, aconselhou Lula a não comprar briga com a Polícia Federal e o Ministério Público, que ainda investigam como foi montado o esquema de propina no Ministério das Minas e Energia. Foi Sarney que negociou com o Planalto a nomeação de Edison Lobão a cadeira de Rondeau.

Na semana passada, durante café da manhã com jornalistas, Lula irritou-se quando lhe foi feita a pergunta sobre a nomeação de Lobão. Em ato falho, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), indicou, na semana passada, que Lobão irá mesmo para Minas e Energia.

(Agência Estado, 27/12/2007)