O presente de Natal para centenas de produtores rurais foi a chuva que caiu nos dias 24 e 25. Na zona rural do Rio Grande foram registrados 137 milímetros de precipitação, que resolveram, pelo menos por enquanto, a crise causada pela estiagem. O ano deve se encerrar com a média de 1,8 mil milímetros, o que faz com que 2007 apresente o maior registro de chuvas dos últimos 15 anos. A média anual na zona rural rio-grandina é de 1,2 mil milímetros.
Conforme o secretário municipal de Agricultura (em exercício), Jesus Carrasco, desde o dia 23 de novembro não chovia consideravelmente na zona rural e o gado de corte já sofria com o emagrecimento devido à perda de nutrientes nas pastagens queimadas e à falta de água. A bacia leiteira também foi atingida e os produtores precisaram fornecer ração extra aos animais, aumentando custos e reduzindo a rentabilidade.
“No dia 15 de dezembro choveu quatro milímetros e no dia 23 foram mais dez milímetros, o que significa quase nada. Neste ano tivemos um alto índice de chuvas, mas sem uniformidade, o que acabou prejudicando os produtores. Mas o Papai Noel nos ajudou e com a última chuva até os açudes que estavam abaixo de 50% de sua capacidade puderam se recuperar”, salientou Carrasco.
O município conta com seis mil vacas leiteiras e aproximadamente 150 mil bovinos, entre matrizes e gado de corte. Cada animal consome, em média, 70 litros de água por dia. “A chuva trouxe motivação para entrar 2008. Agora precisamos que chova em média 120 milímetros em janeiro e 130 milímetros em fevereiro”, contou o secretário.
Açudes
A Secretaria Municipal de Agricultura (Smag) desenvolve atividades educativas sobre a qualidade sanitária da água dos açudes e o cuidado com a saúde dos animais. Ao longo deste ano mais de dois mil açudes foram feitos através de um projeto no qual a prefeitura cede servidores e equipamentos para a obra e o produtor paga o óleo diesel consumido. “O atendimento é para qualquer produtor. Só é preciso entrar em contato com a Secretaria e realizar o cadastro da propriedade”, explicou Carrasco.
Cassino
A chuva também beneficiou algumas das ruas do balneário Cassino, que devido à seca acumulavam muita areia solta, aumentando o risco de os veículos atolarem. Para evitar grandes prejuízos com a seca, a Secretaria Especial do Cassino (SEC) mantém equipes mobilizadas para manutenção das ruas e para regar as cem mil mudas de flores plantadas no balneário, comentou o titular da SEC, Renato Albuquerque.
(Diário Popular, 27/12/2007)