Al Gore ganha o Prêmio NobelSeja qual lado estiver com a razão no debate, o trabalho do IPCC já teve resultados para a entidade, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Indicado para o Nobel em fevereiro, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, também ganhou o prêmio nesse ano, em função de sua atuação na questão climática e da pressão exercida sobre o governo de George W. Bush, que apenas agora começa a admitir a necessidade de políticas para combater a elevação da temperatura no planeta.
Aliás, a evidência do problema ambiental levou governos de todo o planeta à discussão de alternativas para o desenvolvimento no ano de 2007. No Rio de Janeiro, foi realizada em junho a conferência Rio+15, que debateu os avanços e retrocessos na política ambiental 15 anos após a Eco-92, também realizada no Rio de Janeiro. Em Bali, na Índia, o ano fechou com o estabelecimento de metas para a redução na emissão de poluentes na atmosfera.
Nos Estados Unidos, um incêndio de grandes proporções devastou parte da Califórnia em outubro. O governador local, justamente o ex Exterminador do Futuro, o ator Arnold Schwarzenegger, surgiu em 2007 como nome forte na luta contra o aquecimento global. Outra figura importante do ano foi a ministra brasileira do Meio Ambiente Marina Silva, que recebeu em abril o troféu Campeões da Terra, considerado o mais importante da ONU na área ambiental.
Dez anos do Protocolo de KyotoNo ano em que se comemorou 10 anos do Protocolo de Kyoto, o que se viu foi muita divergência entre as chamadas nações desenvolvidas e aquelas em desenvolvimento na questão da emissão de gases. A venda de créditos de carbono – a compra de cotas de emissões de poluentes pelos países ricos, que seriam compensadas com medidas ambientais patrocinadas nas nações menos desenvolvidas – foi a principal alternativa discutida. O Brasil esteve diretamente envolvido na questão, tendo realizado em setembro o primeiro leilão de créditos de carbono do mundo.
O Brasil voltou sua atenção no ano para a questão energética. Enquanto no Rio Grande do Sul o Parque Eólico de Osório completou um ano de atividades, o país reviveu a polêmica nuclear, com a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reativar o programa de energia nuclear no país, com a retomada das obras na usina de Angra 3, no Rio de Janeiro. E, mesmo sob protestos, em dezembro saiu o leilão para instalação da primeira usina hidrelétrica no rio Madeira, em Rondônia.
O governo nacional também defendeu com vigor a adoção dos biocombustíveis, rebatendo inclusive estudos que alegam que os cultivos para os combustíveis poderiam afetar a produção de alimentos. O conflito entre biocombustíveis e derivados do petróleo acena como questão chave para o ano de 2008.
O ano de KnutO mundo todo se rendeu em 2007 ao charme do ursinho polar Knut. Rejeitado pela mãe, ele correu risco de ser sacrificado no zoológico de Berlim, na Alemanha. No entanto, foram tamanhos os protestos mundiais que o ursinho acabou sendo adotado pelos tratadores e alimentado com mamadeira. Em um ano, ele se tornou a principal atração do zôo, representante da luta contra o aquecimento global. E o Japão sofreu forte pressão contrária a sua expedição baleeira, acusada – apesar de alegar fins científicos – de servir apenas para a caça dos animais.
Com a confirmação da Copa do Mundo de futebol de 2014 em solo brasileiro, o país começou a discutir a realização de uma copa verde, promovendo um evento ecologicamente correto. Aliás, falando de eventos, o Brasil foi um dos sete países participantes do Live Earth, o mega-show que reuniu em julho mais de 150 artistas de todo o mundo na luta pelo ambiente.
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Clic RBS, 27/12/2007)