O Instituto de Botânica acaba de lançar o Livro Vermelho das Espécies Vegetais Ameaçadas do Estado de São Paulo, publicação que destaca 1.086 espécies vegetais ameaçadas de extinção e que precisam de medidas urgentes para sua preservação.
A obra, resultado de estudos realizados de 1998 a 2004 por cerca de 400 pesquisadores vinculados à Secretaria do Meio Ambiente, universidades e institutos de pesquisa, deverá auxiliar na conservação e na restauração dos principais biomas do Estado.
A lista foi elaborada de acordo com critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) e adaptada para a flora paulista durante encontros de pesquisadores realizados no Instituto de Botânica.
Entre as espécies ameaçadas do livro, cuja relação foi publicada em setembro de 2004 no Diário Oficial de São Paulo, estão nomes conhecidos como a cabreúva ( Myroxylon peruiferum), o xaxim (Dicksonia sellowiana) e a araucária (Araucaria angustifolia).
“A lista oficial, que está em vigor até hoje, contava apenas com o nome das espécies e suas respectivas categorias de ameaça, como plantas em perigo crítico ou vulneráveis, por exemplo”, disse Maria Candida Mamede, pesquisadora da Seção de Curadoria do Herbário do Instituto de Botânica e uma das organizadoras da obra, à Agência Fapesp.
“O Livro Vermelho traz comentários e informações adicionais como critérios utilizados para a inserção das espécies nas diferentes categorias e textos científicos escritos pelos pesquisadores que incluem medidas para a conservação, além de uma nova listagem com espécies quase ameaçadas que estão próximas de integrar a lista oficial das ameaçadas”, explicou.
A obra, segundo ela, deverá contribuir ainda para o planejamento ambiental de São Paulo na orientação dos processos de licenciamento de novos empreendimentos, planos de manejo em unidades de conservação e expedição de laudos de desmatamento.
“Com a divulgação da metodologia utilizada para a elaboração da listagem, a obra auxiliará no aperfeiçoamento dos critérios de seleção das espécies, o que será útil para as próximas avaliações de plantas ameaçadas. A metodologia utilizada deve ser questionada para ser melhorada”, afirmou a pesquisadora.
O livro traz ainda informações sobre a distribuição geográfica das espécies e, em muitos casos, bioma de ocorrência, local e ano da última coleta registrada. Segundo Maria Cândida, das 1.086 espécies ameaçadas, 407 estão no grupo das “presumivelmente extintas”, considerado a última categoria antes de elas desaparecerem por completo.
“Por isso, além de indicar novas diretrizes de pesquisas para que os cientistas tenham mais condições de avaliar o estado de conservação das espécies, o livro também servirá como parâmetro de fiscalização por parte de órgãos públicos como o Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais”, disse.
A publicação está a venda no Instituto de Botânica por R$ 30. Mais informações: (11) 5073-6300 ramal 313.
(Por Thiago Romero, Agência Fapesp, 27/12/2007)