O saldo de 44 ocorrências de queimadas em campos ou vegetações na área de abrangência do 2º Subgrupamento de Combate à Incêndio (SGCI), somente neste mês, coloca os bombeiros em alerta. Como este é um período de pouca chuva, a incidência de queimadas é maior. No ano foram 127 atendimentos, total que perde apenas para o ano de 2005, quando a corporação teve de combater 279 incêndios.
Para o comandante do 2º SGCI, major Marco Leandro Petry, são duas as atitudes causadoras desse tipo de sinistro: moradores que resolvem colocar lixo em terrenos com vegetação e atear fogo com a ingênua intenção de eliminar os resíduos. "Não há previsão de chuva e os ventos se encarregam de espalhar as chamas", disparou
O oficial lembra que até mesmo a prática involuntária de jogar baganas de cigarro na beira de estradas - e que pode virar crime ambiental - são responsáveis por originar queimadas. O resultado são os riscos oferecidos aos motoristas das rodovias, uma vez que a fumaça invade a pista e para moradores próximos aos locais do sinistro, com a invasão das partículas de carbono.
Atendimento improvisado
Como a corporação do 2º SGCI é preparada para atendimento na área urbana, ocorrências de fogo em campo ou vegetação exigem muito desprendimento e improviso dos bombeiros. De acordo com o comandante Petry, o difícil acesso aos locais e falta de um local para reabastecer os reservatórios são variantes que as equipes devem sempre contar a cada atendimento. "Temos dois caminhões com capacidade para cinco mil litros e outro com sete, mas onde vamos encontrar água para repor?", comentou. Em áreas com plantações, as árvores são cortadas e servem como linha de contenção das chamas espalhadas pelos ventos.
Estes não são os únicos dilemas enfrentados pelos bombeiros. Como o 2º SGCI atende 14 municípios da Zona Sul, sofre com a escassez de recursos humanos. "A cada ocorrência de queimadas, a área urbana fica desprotegida", admitiu.
Com o efetivo de 94 soldados, divididos em grupos de 13 a 15 homens por escala de 12 horas, nas duas guarnições (Centro e Fragata), em alguns casos o comandante precisa acionar bombeiros lotados na área administrativa para montar uma guarnição. "Portanto, queremos pedir para que as pessoas evitem colocar fogo em lixo ou atirar ponta de cigarro em beira de estrada, pois não há sinal de chuva pela frente", concluiu o comandante.
(Por Cíntia Piegas, Diário Popular, 25/12/2007)