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la niña aumento da temperatura
2007-12-25

O próximo verão deve ser de 1ºC a 2ºC mais quente que o de costume no Distrito Federal. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de muita chuva e calor até o fim de fevereiro para a região. As temperaturas começam a aumentar ainda este mês, intercalando dias quentes e chuvosos. Os dados são do último prognóstico de verão criado pelo instituto em parceria com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).

Em janeiro, os termômetros devem marcar máximas de 28ºC ou 29ºC, maiores que a média de temperaturas máximas registradas no DF nessa época do ano, que é de 27ºC. Em fevereiro não deve haver refresco: esses números podem cair em apenas 0,5ºC. O motivo para as mudanças no clima está a muitos quilômetros de distância da capital federal, no Oceano Pacífico. “Esse período é sempre quente no hemisfério Sul por causa da posição do planeta Terra em relação ao Sol, mas o La Niña deve alterar alguns padrões de chuva e temperatura este ano”, explicou o meteorologista do Inmet Mozar Salvador.

O fenômeno La Niña interfere na circulação do ar, que perturba o clima. O efeito dele é mais forte no litoral abaixando as temperaturas. Já na região Centro-Oeste, o impacto deve ser menor. Ou seja, apesar do La Niña, no DF o calor vai ser mais forte. Uma das conseqüências por aqui sentidas do fenômeno foi a longa estiagem que atingiu Brasília neste ano — foram 124 dias sem chuva entre julho e outubro. Outro motivo para a seca prolongada é uma corrente de jato no Sul do país, que dificultou a entrada de frentes frias no DF.

Com o calor forte, as chuvas de verão podem chegar a 250mm em janeiro, quantidade considerada alta em relação a maio e setembro, por exemplo, quando a média de precipitação é de 50mm. De acordo com os meteorologistas, a previsão pode virar realidade de várias maneiras: chuvas leves e constantes, fortes temporais em alguns dias do mês ou uma mistura das duas. “Em alguns dias, chega a chover 40, 50mm. A distribuição das chuvas é irregular, às vezes ela atinge apenas certos lugares”, afirmou Mozar.

Prevenção
Para se proteger das chuvas do próximo verão, a dona-de-casa Angelita Francisca da Silva, 30 anos, quer reforçar o telhado de casa. A moradora da comunidade Queima Lençol, próxima à Fercal, quer comprar telhas novas para não passar pelas mesmas dificuldades dos últimos temporais. Parte do telhado da casa de Angelita foi levada pelo vento em novembro deste ano, quando uma forte tempestade atingiu a região.

“Choveu demais, alagou o banheiro, a cozinha e a varanda. A casa ficou daquele jeito por uma semana, até meu marido conseguir fazer os remendos”, lembrou. No mesmo dia, pelo menos 50 casas ficaram destelhadas em Queima Lençol e nos bairros próximos, como Fercal e Sobradinho. O problema é maior para os barracos construídos em barrancos ou perto de encostas, onde há risco de desabamento. “Se no começo do ano chover mais do que já choveu, não sei o que vai ser das nossas casas”, lamentou a dona-de-casa, mostrando as frágeis paredes de madeira e as telhas recém consertadas.

Réveillon de calor
O verão começou no último sábado, mas o brasiliense ainda não pôde aproveitar o Sol e o calor prometidos para a estação. A véspera de Natal deve ser fresca e chuvosa, empurrando os dias ensolarados para a semana do ano novo, de acordo com a previsão do Inmet. Ontem, a temperatura máxima no DF chegou a 25ºC e ela só deve aumentar a partir de amanhã, podendo atingir a 28ºC.

Os modelos meteorológicos indicam que os próximos dias devem ser quentes e de céu aberto. De quarta-feira em diante, o Sol aparece de vez e traz o calor típico do verão, com temperaturas acima dos 28ºC. As informações do Inmet indicam que o dia 31 deve ter pouca chuva, mas só na quinta-feira o instituto deve confirmar a previsão para a noite da virada.

(Por Elisa Tecles, Correio Braziliense, 25/12/2007)


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