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povos da amazônia
2007-12-12
De Manaus a Bali, com escala em São Paulo, Johanesburgo e Hong Kong. Uma longa viagem para Manoel Silva da Cunha, presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) e para Almir Narayamoga Suruí, coordenador do Programa Etno-Ambiental da Coiab, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira. Ambas as instituições integram a renascida Aliança dos Povos da Floresta, criada nos idos dos anos 80 por lideranças como Chico Mendes e Francisco Ashaninka, e que participa, pela primeira vez, de uma conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas.

"Neste contexto de mudanças climáticas, somos atores principais. Precisamos participar na tomada de decisões, contribuindo para que as decisões sejam tomadas com a participação dos povos da floresta", ressaltou Manoel, que divide seu tempo entre a Reserva Extrativista do Médio Juruá, em Carauari (Amazonas), e a vida de liderança política dos seringueiros que o faz "morar no avião" e em Manaus.

Para Almir, cuja vida de liderança na Coiab também o fez trocar sua casa, na Reserva Indígena Suruí, em Cacoal (Rondônia), por Manaus, é a "hora dos povos da floresta garantirem a sua voz". Para ele, a Conferência da ONU em si demonstra uma preocupação do mundo com a questão climática e ambiental. Porém, diz Suruí, em relação às discussões que acompanhou nesta conferência, "ainda não parece ser importante envolver a sociedade em geral e principalmente as comunidades tradicionais. A participação indígena, por exemplo, é muito precária".

O objetivo de Manoel e Suruí é fazer com que a partir desta Conferência em Bali a Aliança dos Povos da Floresta passe a participar ativamente das discussões sobre Mudanças Climáticas e possa ter sua voz. Para isso, eles já começam também a articular uma aliança ainda maior, envolvendo comunidades tradicionais de outras regiões do País e até mesmo do mundo.

"A ONU precisa respeitar a voz das populações tradicionais e abrir espaço para que elas possam dar suas contribuições", ressaltou Manoel. Enquanto Suruí acrescentou: "Não só a ONU, como o próprio governo brasileiro que não tem ouvido essas populações antes de vir para a Conferência negociar assuntos de nosso interesse direto", completou.

A participação de ambos em Bali foi financiada pela organização ambientalista norte-americana, Environmental Defense, que há muitos anos apóia a participação de líderes locais em grandes processos de decisão ligados às suas comunidades, e teve o apoio do IPAM (Instituto de Pesquisas da Amazônia), que fornece pesquisas e dados científicos à Aliança dos Povos da Floresta.

Aliança e REDD
Nesta quinta, dia 13, Suruí e Manoel participarão junto com o GTA (Grupo de Trabalho Amazônico) do evento "Aliança dos Povos da Floresta e REDD (sigla em Inglês para Compensação pelas Reduções de Emissão de Desmatamento). Neste encontro ambos irão expor suas visões sobre uma das questões mais importantes que estão sendo negociadas em Bali: a implementação deste novo mecanismo (REDD) criado para combater as emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento.

"Precisamos ter cuidado para que o REDD não crie um incentivo perverso, beneficiando a partir de agora aqueles que sempre foram os responsáveis pelo desmatamento", comenta a advogada do Programa de Mudanças Climáticas do IPAM, Paula Moreira. Ela acrescenta ser vital a participação das lideranças das populações tradicionais nestas discussões justamente para garantir que as suas contribuições na conservação das florestas sejam reconhecidas e recompensadas.

(Por Juliana Radler, especial para a Envolverde e Revista do Meio Ambiente, 12/12/2007)

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