Yu Changwu, da província de Heilongjiang (nordeste) pediu ao Partido Comunista que "honre seus ideais e promessas revolucionárias" e devolva as terras aos produtores.
"Nós, agricultores, estamos fartos do destino de sermos pilhados e pisoteados. Só possuindo verdadeiramente a terra podemos ter uma vida segura", escreveram Yu e um outro camponês numa outra carta aberta.
A China realizou uma profunda reforma agrária depois da Revolução Comunista de 1949, o que beneficiou muitos camponeses pobres. Logo em seguida houve uma radical coletivização.
A agricultura individual seria restabelecida na década de 1980, mas a população rural ainda só detém os "direitos de uso" por longos períodos, e não a propriedade.
A privatização fundiária é um assunto delicado para o regime comunista, que mantém suas preocupações ideológicas, apesar das reformas de mercado promovidas nos últimos 30 anos.
O governo também teme que a venda repentina de muitas propriedades estimule a especulação, deixe milhões de camponeses sem terra e ameace a segurança alimentar do país.
Yu, o agricultor de Heilongjiang, disse que mais de 900 agricultores da sua aldeia de Fujin já recuperaram ou redistribuíram entre si cerca de mil hectares de terras coletivas. Não foi possível verificar de forma independente tal afirmação.
Uma fonte disse à Reuters que Yu também foi detido. As autoridades regionais de Heilongjiang e Shaanxi não foram localizadas ou não quiseram comentar os casos.
(Reuters, 24/12/2007)