O professor e coordenador do Laboratório de Hidrologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Paulo Canedo, avalia que tão importante quanto debater a transposição das águas do Rio São Francisco é discutir políticas públicas que permitam que a água gere riqueza para a região.
“Não basta dar água, uma das coisas que precisamos discutir é qual certeza teremos de que o governo está conduzindo bem as políticas públicas que permitirão transformar essa água em riqueza para aquela região. Como fazer com que o setor produtivo utilize a água para produzir renda e emprego na região”, disse, em entrevista nesta sexta-feira (21/12) à Rádio Nacional.
Canedo é um dos defensores do projeto de transposição. Segundo ele, o volume de água a ser desviado para outras bacias não representa risco, já que irá corresponde a apenas 1,5% da vazão de água do rio. “Isso mostra que a quantidade retirada de água é irrisória. Diria que, se fôssemos para a beira do São Francisco e mandássemos ligar as bombas para a transposição, quem estivesse olhando para as águas não conseguiria perceber a diferença”.
Outro argumento usado por ele é que a transposição vai reduzir a falta de segurança hídrica na região do semi-árido nordestino, porque o São Francisco nasce no Sudeste e traz consigo a estabilidade das chuvas da região. “O que mais falta no semi-árido hoje não é mais água, é uma água que tenha garantia. Falta certeza e segurança hídrica”.
(Radiobrás,
Ambiente Brasil, 22/12/2007)