A perspectiva de novas descobertas de petróleo na região do bloco BM-S-21, da Bacia de Santos, já era esperada pelo mercado há alguns dias. No último dia 11 de dezembro, o banco de investimentos UBS Pactual divulgou relatório sobre uma área ao sul do campo de Tupi, onde está o BM-S-21, que apresentava perspectivas promissoras em termos de novas reservas. A região foi batizada pela instituição de "Pão de Açúcar". No relatório, o analista Gustavo Gattass dizia que o mercado teria as primeiras indicações sobre o potencial de "Pão de Açúcar" dentro de dois meses.
A divulgação do relatório movimentou positivamente os papéis da Petrobras e da portuguesa Galp, na ocasião. Segundo Gattass, indicações preliminares sugerem que a área de "Pão de Açúcar" é cinco vezes superior a de Tupi, onde a estatal estima ter encontrado reservas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de óleo equivalente (BOE). O analista afirmou que se Pão de Açúcar também possuir óleo, a descoberta "poderá ser significativamente superior a de Tupi".
De acordo com o relatório, parte da área de Pão de Açúcar está localizada sobre os blocos BM-S-22, da Exxon (40%), Hess (40%) e Petrobras (20%), BM-S-8, da Petrobras (50%), Shell (40%) e Galp (10%) e BM-S-9, Petrobras (45%), BG (30%) e Repsol (25%), além do próprio BM-S-21, da Petrobras (80%) e Galp (20%). O analista dizia, porém, que grande parte da nova área ainda não foi concedida pelo governo para nenhuma empresa.
O analista ainda acrescentou que as informações chaves sobre o potencial da região ao sul de Tupi deverão partir do bloco BM-S-22, onde está localizada grande parte da área de Pão de Açúcar já concedida para o mercado. No comunicado divulgado ontem, a Petrobras não deu nenhuma indicação sobre o volume de reservas disponíveis no BM-S-21.
Segundo a estatal, o bloco BM-S-21, em águas profundas no pré-sal da Bacia de Santos, está localizado a 280 km da costa do Estado de São Paulo, em lâmina d'' água de 2,2 mil metros. A profundidade do poço pioneiro é de 5,35 mil metros. A companhia ainda informou que o poço não foi testado por questões operacionais e de logísticas, mas garantiu a continuidade dos investimentos para verificar as dimensões da reserva.
(Estadão Online,
Ambiente Brasil, 22/12/2007)