Em meio a fortes críticas internacionais, o governo japonês suspendeu na sexta-feira (21/12) a caça de baleias jubarte que seria realizada neste ano. O fato ocorre pela primeira vez desde 1963, embora o país tenha decidido continuar com as capturas de outros cetáceos. O ministro porta-voz do Japão, Nobutaka Machimura, informou que a caça das jubartes ficará suspensa enquanto o país negocia a reforma da Comissão Baleeira Internacional. Mas manteve a campanha de captura de outras espécies "com fins científicos".
"Não mudaremos o plano de pesquisa científica sobre cetáceos. Mas o governo decidiu que, enquanto o processo de normalização continuar seu caminho, adiaremos a captura de baleias jubarte", afirmou. Junichi Sato, diretor de assuntos marítimos da organização ambientalista Greenpeace, disse que estava feliz com a decisão do Japão de não caçar essa espécie protegida.
O ativista observou, no entanto, que o Japão manterá a meta de caçar mil baleias neste ano, como fez em 2007, e pediu aos baleeiros japoneses que deixem de capturar esses animais definitivamente. Os baleeiros japoneses tinham previsto caçar este ano 50 baleias jubarte, além de 850 baleias minke e 50 baleias fin sob o pretexto de realizar estudos científicos, mas sua campanha esteve cercada de polêmicas.
Austrália
O governo da Austrália decidiu vigiar com navios e aviões a campanha anual dos baleeiros japoneses, para demonstrar que não há fins científicos na campanha japonesa. As provas respaldariam ações legais contra os baleeiros japoneses em tribunais internacionais.
A decisão dos japoneses de capturar neste ano a jubarte, uma espécie protegida desde 1963, reforçou as críticas. A jubarte, também conhecida como baleia corcunda, pode pesar de 35 a 40 toneladas e medir cerca de 16 metros de comprimento. A espécie é uma das mais observadas pelos turistas que contratam empresas de observação de baleias no mundo todo. A atividade gera milhões de dólares todos os anos.
(Folha Online, Efe, 21/12/2007)