Até o final de janeiro, pelo menos três Centros de Distribuição (CDs) de usinas siderúrgicas devem ser implementados no Estado. As instalações irão operar como filiais dessas empresas, que têm sedes em outros estados, para fornecer aços planos ao mercado gaúcho, produto que hoje não é fabricado no Estado.
A CSN optou por Canoas para instalar seu CD, a Usiminas por Cachoeirinha e a Vega do Sul ainda não anunciou a localização de seu complexo. A estratégia dessas empresas foi motivada pelo Decreto 45.190/2007, que começa a vigorar em 1 de janeiro. O decreto concede vantagens tributárias para os compradores gaúchos de componentes de aço e estimula a criação dos CDs no Estado. A ação deve amenizar o impacto do custo do frete para as empresas gaúchas que ficam afastadas do principal centro produtor de aço localizado na Região Sudeste do País.
O presidente da Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS), José Antonio Fernandes Martins, comemora o decreto e o bom resultado do setor do aço neste ano. "Os números mostram um mercado aquecido que superou as expectativas", salienta Martins. O consumo de aços planos no Rio Grande do Sul em 2006 foi de 942 mil toneladas e neste ano deve fechar em 1,2 milhão de toneladas. A perspectiva é de que o mercado de aço continue crescendo em 2008, algo em torno de 15%, alavancado por setores como o de automóveis e de máquinas agrícolas.
A produção nacional de máquinas agrícolas deve atingir neste ano algo em torno de 63 mil unidades entre tratores, colheitadeiras e outros equipamentos. "Para 2008, esperamos um mercado semelhante ao de 2004 que foi o ano dourado para o setor", prevê o diretor da John Deere, Gilberto Zago. A estimativa é de que no próximo ano sejam produzidos no País em torno de 70 mil unidades. O Rio Grande do Sul, normalmente, é responsável por 55% a 60% da produção nacional.
Sobre a tendência de que a Gerdau instale uma laminadora voltada para a produção de aços planos em Minas Gerais, Martins argumenta que é uma localização que conta com matéria-prima e centro de consumo próximos. Essas condições são fundamentais para a logística do empreendimento. "Pensar mal a logística hoje é como colocar um zagueiro na ponta esquerda", ilustra Martins.
(JC-RS, 21/12/2007)