Os EUA estão fazendo uma "grande aposta" ao planejarem depender do álcool celulósico para atender suas necessidades de combustível, disse Keith Collins, atual economista-chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) e que se aposentará em janeiro.
Anteontem o presidente George W. Bush sancionou lei para o setor de energia que aumentará o uso de combustíveis alternativos como o álcool a partir dos 7,5 bilhões de galões deste ano (28,3 bilhões de litros) para 36 bilhões de galões em 2022. Cerca de 20 bilhões desses galões teriam de ser gerados por lascas de madeira, rejeitos de safras agrícolas e formas de biocombustível não fabricadas a partir do milho, que é a fonte predominante de álcool nos EUA, disse o economista-chefe do USDA.
As usinas de produção de combustível celulósico não foram testadas em escala comercial, de acordo com Collins, o que transforma o projeto para o setor de combustíveis "numa legislação incrivelmente audaciosa". "Se construirmos usinas com capacidade para produzir 50 milhões de galões de álcool celulósico, teríamos de erguer 400 unidades para atender a demanda", disse. Essas construções teriam de ocorrer "após ficar comprovado que essa tecnologia é economicamente viável, o que ainda não ocorreu".
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Folha de São Paulo, 21/12/2007)