Novos tremores podem acontecer no norte de Minas Gerais, disse nesta quinta-feira (20/12) o chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Vieira Barros. Ele apresentou relatório especial sobre o risco de tremores de terra em Caraíbas e Itacambi (MG), atingidas por um terremoto de 4,9 graus na Escala Richter.
O relatório traz uma análise dos monitoramentos feitos pela UnB na área afetada pelo terremoto, que deixou uma criança morta e atingiu 76 casas. As análises dos dados mostram que a possibilidade de relação dos tremores em Caraíbas com o desabamento de cavernas na área é pequena. O tremor, segundo o estudo, foi provocado por uma falha geológica.
“A magnitude do evento principal que aconteceu no dia 9 deste mês, produziu energia equivalente à detonação e uma carga explosiva de 32 mil toneladas de dinamite o que dificilmente seria gerada por colapso de uma caverna em Caraíbas”, explicou Barros. De acordo com ele, o ativamento da falha geológica provocará tremores no norte de Minas nos próximos três anos, mas nenhum de intensidade tão forte como o terremoto do início do mês.
O relatório faz algumas recomendações. Uma delas é que haja integração maior entre os cientistas que estudam os terremotos e as autoridades de Defesa Civil. Para Barros, é importante que se discuta a necessidade de construção de casas resistentes a tremores nas regiões mais propensas a abalos sísmicos, com o estabelecimento de normais mais rígidas de edificações. Ele sugere a elaboração de um mapa de risco sísmico brasileiro.
Segundo Barros, os cientistas brasileiros já identificaram ondas sísmicas no norte de Mato Grosso, no nordeste do estado de São Paulo e no Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, além do norte de Minas Gerais. Segundo Barros, esses estados ainda correm o risco de serem atingidos por novos tremores.
Outra recomendação apontada pelo chefe do Observatório Sismológico da UnB é a ampliação e integração dos diversos centros sismológicos nacionais, por meio da criação de um banco de dados em que as informações serão divulgadas em tempo real para toda a comunidade cientifica.
(Por Camila Vassalo, Agência Brasil, 20/12/2007)