Em audiência fechada na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Amapá, a delegada da Polícia Civil Janete Picanço negou nesta quinta-feira (20/12) denúncia supostamente feita por ela mesma de que meninas indígenas estariam sendo exploradas sexualmente por garimpeiros na Serra do Navio.
As meninas indígenas seriam da etnia Aramirã, da comunidade Tucano 2. A denúncia foi levada à Assembléia Legislativa na última sexta-feira (14) pelos deputados estaduais Paulo José (PR) e Camilo Capiberibe (PSB).
Segundo Capiberibe, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, os parlamentares pedirão que a Polícia Federal investigue o caso mesmo após o desmentido da delegada.
"A delegada negou parte do que disse, mas confirmou outra parte da história. Ela confirma ter recebido uma denúncia de estupro de uma criança, mas negou que seria uma criança indígena”, explicou o deputado. “Como em um momento, a denúncia tem consistência, e em outro não, vamos pedir que a Polícia Federal investigue o caso."
Janete alegou ter comentado com o deputado estadual Manoel Brasil (PMN) que havia recebido um telefonema em dezembro de 2006 denunciando o abuso sexual de uma menina. Como não houve provas, ela não investigou o caso na época.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) e agentes da Polícia Civil do Amapá foram acionados para averiguar a denúncia. Em diligência à aldeia, os policiais não encontraram indícios de que indígenas estariam sofrendo abuso sexual.
(Por Verônica Soares, Agência Brasil, 20/12/2007)