Originalmente, empresa previa extração em megarreserva só a partir de 2010A Petrobrás quer começar a produzir 40 mil barris de petróleo por dia em Tupi, na Bacia de Santos, a partir do fim de 2008. Segundo o diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella, a estratégia é antecipar ao máximo a produção na megarreserva, que tinha previsão de entrar em operação somente em 2010.
A produção desse volume será possível, segundo Estrella, num teste de longa duração a ser realizado em um dos dois poços já perfurados na área. Segundo ele, a idéia é "estressar ao limite máximo" os possíveis prazos para a entrada em operação da área, antecipando até mesmo o projeto piloto que estava previsto para ser instalado depois de 2010 para a produção de 100 mil barris diários.
"Após a realização do teste de longa duração, são necessários poucos meses para tornar ativo o projeto piloto, o que torna essa possibilidade viável", informou o diretor. Ele lembrou que, oficialmente, o prazo para a entrada em operação desse projeto piloto está mantido.
Segundo Estrella, o prazo de 2010 havia sido definido porque esse é o limite para que a Petrobrás declare a comercialidade da área à Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Tão logo isso ocorra, a Petrobrás terá de dar ao novo campo o nome de um peixe, molusco ou crustáceo, como está previsto na legislação brasileira. O nome Tupi foi escolhido pela estatal e suas sócias, BG e Galp, para o prospecto da área, que concentra reservas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris.
"Muito tem sido dito sobre a precipitação da Petrobrás em ter revelado esse potencial de reservas antes mesmo de perfurar outros poços, mas estamos absolutamente confiantes em nossos dados", disse Estrella.
Segundo ele, "um ou outro projeto" terá de ser modificado para garantir a prioridade a Tupi. "Vamos ter de promover um remanejamento e reavaliar as datas de perfuração e entrada em operação de algumas áreas para incluir Tupi no plano de investimentos no próximo ano."
O diretor disse, ainda, que a empresa optou por usar no teste de longa duração em Tupi um navio-plataforma do tipo FPSO (Floating Production Supply Oil), similar ao Seillan, afretado pela empresa, com capacidade para até 40 mil barris por dia.
(Kelly Lima,
O Estado de São Paulo, 20/12/2007)