Colônia Z-3 prevê quebra de 40% em relação ao ano passado e culpa pirataria pelos prejuízos
Iniciada no final de outubro, a safra da corvina no estuário da Lagoa dos Patos tem decepcionado os pescadores da Colônia Z-3, em Pelotas, município da zona Sul do Estado. Na Cooperativa de Pescadores Lagoa Viva, que congrega 410 dos 1,3 mil pescadores da colônia, a estimativa é de que até o final da safra, na segunda quinzena de janeiro, não tenham sido produzidas mais do que 30 toneladas do pescado.
Em 2006, a produção chegou a 50 toneladas do peixe. Pescadores, como o presidente da Lagoa Viva, Everaldo Motta apontam a demora na entrada da água salgada do oceano Atlântico no estuário como um dos motivos que impediram uma maior proliferação dos cardumes da espécie na região. 'A salga da lagoa demorou mais do que o normal neste ano, por causa de fatores climáticos e isso nos trouxe prejuízos', analisou o dirigente.
A partir do resultado negativo da safra da corvina, os pescadores não alimentam grandes esperanças com relação às safras da tainha e do camarão, marcadas para iniciar em fevereiro. 'As larvas do camarão deveriam ter entrado no estuário a partir de novembro, mas já estamos indo para o fim de dezembro e isso ainda não aconteceu', ressaltou Everaldo Motta.
Além de lamentar os problemas ambientais, os pescadores da Colônia Z-3 também reclamam da presença de embarcações de pesca oceânica, que desenvolvem suas atividades na Lagoa dos Patos de forma clandestina. Conforme representantes da categoria, barcos pesqueiros de outros Estados já foram avistados cometendo a irregularidade. 'Estes barcos buscam, principalmente, a ova da tainha, que é exportada para fabricação de caviar e isso coloca em risco toda a safra do pescador artesanal', reclamou o presidente da colônia, Everaldo Motta..
Os pescadores encaminharão, em breve, ao Ibama e outros órgãos de fiscalização ambiental, denúncias sobre a presença destes barcos 'piratas' na área da Lagoa dos Patos.
(Correio do Povo, 20/12/2007)