O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, afirmou ontem que a administração está tomando empréstimos junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para realizar investimentos nas áreas socioambientais, habitação e saneamento. Somando a contrapartida da prefeitura, o volume de recursos chega a R$ 700 milhões. 'A retomada de financiamentos foi possível porque organizamos a casa e saneamos o déficit da administração municipal', disse Fogaça ontem pela manhã, a bordo do ônibus Linha Turismo, durante o encerramento da prestação de contas da gestão.
Cerca de R$ 400 milhões de financiamento da Caixa Federal serão aplicados em programas de saneamento e habitação voltados ao Ministério das Cidades.
Em meio ao trajeto de 40 quilômetros, que durou duas horas, Fogaça anunciou o início das obras de infra-estrutura do terreno de 21 hectares, atrás dos 15 barracões do Complexo Cultural Porto Seco. No local, serão reassentadas 1,1 mil famílias da Vila Dique e 400 da Nazareth. A área foi adquirida por R$ 4,6 milhões. As primeiras 750 famílias devem ser transferidas para o local até metade de 2008. As demais se mudam no final do ano.
Conforme Fogaça, esse é o maior projeto de reassentamento habitacional já realizado na cidade. A prefeitura contraiu empréstimo com a Caixa de R$ 33 milhões, com contrapartida de R$ 8 milhões. A conclusão da transferência dessas famílias possibilitará a ampliação da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho.
Outra obra destacada pelo prefeito foi o viaduto Leonel Brizola, que deverá ser concluído no final do primeiro semestre de 2008. 'A primeira alça será liberada em março e a segunda em maio de 2008', garantiu Fogaça. A obra ligará a III Perimetral à freeway, revitalizando a região do bairro Humaitá, isolada do resto da cidade pelo muro do Trensurb.
De acordo com o prefeito, a região terá explosão imobiliária e dinamização da economia. Ele anunciou que uma construtora fará empreendimento no Humaitá de 1,6 mil unidades residenciais para a classe média, além de receber uma nova fábrica da Ferramentas Gerais e sediar universidade da Fecomércio.
Até 2012, Porto Alegre passará a ter 77% de tratamento de esgoto, 50% a mais da atual cobertura. Essa é a previsão de Fogaça, que explicou que o investimento deverá começar no início de 2008 com a construção de 80 quilômetros de rede de esgotos na Restinga.
A reformulação do Programa Integrado Socioambiental (Pisa), com financiamento de 80 milhões de dólares do BID, estima ainda a construção total da rede do bairro Sarandi e 53 quilômetros da Cavalhada. As 1,6 mil famílias que residem ao longo do arroio Cavalhada serão reassentadas. Todo o esgoto será tratado em uma estação química, construída na Ponta Grossa.
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Correio do Povo, 20/12/2007)