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extinção de espécies
2007-12-20
Apresentado no final de outubro, o GEO-4 (sigla em inglês Global Environment Outlook) é o mais recente documento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o PNUMA, que avalia a gravidade do estado atual da atmosfera, terra, água e biodiversidade. O relatório foi preparado por cerca de 390 especialistas e revisado por mais de mil estudiosos em todo o mundo.

As novas informações sobre o planeta indicam que as ameaças à biodiversidade são as mais velozes da história. Para se ter uma idéia do que isso representa, a extinção de espécies acontece a uma velocidade cem vezes superior ao ocorrido até hoje, conforme cálculo baseado nos registros fósseis. Dos maiores grupos de vertebrados, mais de 30% dos anfíbios, 23% dos mamíferos e 12% dos pássaros estão ameaçados. Uma das principais razões para a perda de espécies terrestres está no avanço das fronteiras agrícolas e na busca por novas fontes energéticas.

Em relação aos peixes, o documento da ONU constatou que o consumo de pescado triplicou em 40 anos (de 1961 a 2001) contribuindo para que o setor pesqueiro esteja sofrendo declínio constante de sua produtividade, já que os oceanos não estão sendo capazes de repor o estoque perdido. O site do Ministério do Meio Ambiente publica uma lista das espécies de peixes em extinção na costa brasileira. Seria interessante que o consumidor, antes de ir à feira ou ao supermercado, consultasse essa lista para evitar comprar um pescado que cuja espécie esteja ameaçada.

Muitas das formas de vida que estão se extinguindo sequer são conhecidas do ser humano porque alguns biomas desaparecem sem terem sido completamente estudados. Cientistas temem que essas espécies perdidas poderiam conter soluções para doenças ainda incuráveis

Água
O crescente uso e a contaminação da água também preocupam. A pesquisa prevê que a demanda por água deve aumentar muito até 2050. Nos países em desenvolvimento, a utilização de água deve crescer em 50%, sobretudo na produção de alimentos. E nos países desenvolvidos, esse aumento deve ficar na faixa dos 18%.

Junte-se a isso o fato da qualidade da água também estar declinando em razão da poluição por micróbios, bactérias e substâncias tóxicas existentes em dejetos industriais, agrícolas e esgotos em geral. Eles são despejados nas águas de rios e mares sem controle, asfixiando a vida aquática. O consumo excessivo também tem grande responsabilidade sobre a poluição das águas, já que todo processo produtivo utiliza água e nem sempre, ou melhor quase nunca, essa água é devolvida devidamente tratada para o meio ambiente.

Mudanças climáticas
O relatório também analisa os potenciais impactos das mudanças climáticas, por regiões do planeta. Aqueles que atingem mais diretamente o Brasil são as ameaças à biodiversidade e os danos aos litorais.

O documento destaca que a aposta dos países em desenvolvimento na produção de biocombustíveis pode se tornar uma forte pressão para biomas já ameaçados. Somente no Brasil, projeções estimam que nos próximos oito anos, a demanda nacional e internacional por etanol, fará com que a produção de cana de açúcar cresça de 354 para 553 milhões de toneladas anuais (segundo o Ministério da Agricultura/2006). No que se refere à produção de biodiesel, estima-se que, caso todo o diesel à base de petróleo fosse substituído por biodiesel, seriam necessários 58 milhões de hectares dedicados à produção de soja.

O PNUMA alerta que biomas como o Cerrado e a Floresta Amazônica devem ser os principais atingidos por essa crescente demanda por combustíveis renováveis. Segundo o relatório, no Cerrado, um dos mais importantes e ameaçados biomas do mundo, a área destinada ao plantio de soja triplicou desde os anos 90. “A expansão da fronteira agrícola já transformou 50 por cento do Cerrado em pastos e plantações de grãos”, afirma o PNUMA. Na Amazônia, o crescimento da área plantada de soja constitui-se numa ameaça constante ao desmatamento.

Ao consumidor consciente não cabe apenas trocar a fonte do combustível de seu automóvel, ou seja, de fóssil para renovável, mas também reduzir seu consumo. Usar transporte coletivo, andar a pé ou de bicicleta seguem sendo as melhores opções, pois, como foi visto, a produção dos biocombustíveis também impacta negativamente o equilíbrio ambiental e pode prejudicar a produção de alimentos.

Pelo menos um sinal de progresso foi apresentado pelo relatório: o aumento contínuo de áreas protegidas em várias partes do mundo. Porém o documento ressalta que essas áreas devem ser geridas com eficiência. Além disso, a biodiversidade que se encontra fora das áreas protegidas precisa também receber atenção especial.

Conclusões sobre o nosso futuro
O Relatório GEO-4 reconhece que a tecnologia poderá contribuir para reduzir os impactos ambientais, mas segundo a visão dos especialistas, não terá a capacidade de solucionar os grandes e graves problemas ambientais do planeta.

Será por meio de ações efetivas que o futuro poderá ser construído. Ações de combate à emissão de gases do efeito estufa; a redução nos índices de desmatamento; a proteção das espécies e biomas ameaçados, além do incentivo a campanhas e projetos que contribuam para a mudança dos hábitos de consumo, são algumas das medidas que devem ser adotadas pelos governos e pela sociedade. E, claro, a contribuição de cada cidadão que com suas escolhas de consumo podem dar uma resposta positiva na busca da sustentabilidade. Mudar hábitos, reduzir desperdício, optar por materiais reutilizáveis e reciclar sempre que possível, entre outras, são atitudes que estão “à mão” do consumidor para fazer a diferença.

”Nosso futuro comum depende de nossas ações hoje, e não amanhã ou em algum momento no futuro”, afirma o documento das Nações Unidas, enquanto alerta que “as necessidades não poderiam ser mais urgentes e a hora não poderia ser mais oportuna – a partir de nosso entendimento mais aprimorado sobre os desafios que temos à frente – para agir agora e salvaguardar nossa própria sobrevivência e a de gerações futuras”.

(Envolverde/Instituto Akatu, 19/12/2007)



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